Topo

Avô monta bicicleta para realizar sonho de neta com paralisia cerebral

Avô montou bicicleta para neta realizar sonho - Arquivo pessoal
Avô montou bicicleta para neta realizar sonho Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Colaboração para Universa, de Ribeirão Preto

04/11/2019 15h11

Com materiais adaptados e criatividade, o pedreiro Clóvis Urias dos Santos, 69, permitiu que a neta, que tem paralisia cerebral, realizasse o sonho de conseguir se locomover com uma bicicleta. "Como ia deixar minha neta passar vontade de andar de bicicleta? Ela é o meu xodó."

Emily Bonfim Camargo, 10, mora em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, com os pais. Ela nasceu com paralisia e tem movimentos involuntários, mas nenhuma limitação intelectual. Não consegue ficar de pé e só consegue escrever com o pé esquerdo. "Ela tem muitas limitações, mas é uma criança adorável, um doce, muito especial", conta a mãe, Roseli Bonfim Acunha, 27.

Para fazer o carrinho, Santos diz ter utilizado peças de cadeiras, uma cadeirinha de criança para transporte no carro, pedais e rodas. Tudo isso adaptado e colocado em um quadro de bicicleta.

"Eu já tinha feito um skate. Ela sentava e andava, com os pezinhos. Mas queria a bicicleta. Aí fiz tudo isso. Demorou uns dois sábados. Quando acabou, perguntei que cor ela queria, e ela disse roxo e rosa. São as cores favoritas dela", disse.

Segundo a mãe, a criança conseguiu, graças ao sogro, andar sozinha pela primeira vez na bicicleta. "Antes a gente colocava a Emily em cima, tirava fotos, mas ela não conseguia andar. Meu sogro fez essa invenção maluca e deu super certo, ela ficou feliz como nunca", conta.

Diagnóstico aos cinco meses

Emily foi diagnosticada com paralisia cerebral aos cinco meses de idade. "Ela não se movimentava tanto, não conseguia sentar e fazer coisas que outras crianças conseguiram. Mas a gente só ficou sabendo quando consultamos um médico, já com quase seis meses", disse Roseli.

A pequena cursa o quinto ano em uma escola estadual de Sidrolândia. Segundo a mãe, a criança tem dor por conta dos espasmos. "O problema maior é que ela é mais lenta para copiar, acaba perdendo algumas coisas, já que escreve com o pé. Mas entende tudo. Ela também tem a limitação de não poder segurar coisas, não escrever com as mãos."

O avô conta que fica admirado com a capacidade que Emily desenvolveu de escrever com os pés. "Ela escreve com o pé esquerdo, é uma coisa até bonita de ver, e mostra toda a vontade que ela tem", disse.