"Ainda esperam que mulheres sejam doces e não assustem", diz Luana Piovani

Luana Piovani é conhecida por ser uma mulher sem papas na língua. Por isso mesmo, ganhou um reality show, "Luana é de Lua", pelo canal de tevê por assinatura E!. A atriz e apresentadora conversou com Universa durante a festa de lançamento na Casa das Caldeiras, em São Paulo, na terça-feira (7).

Entre temas polêmicos que serão abordados, Luana acredita que identidade de gênero é o assunto mais importante a ser falado. "É supercomplexo e ainda existem muitas dúvidas. O que faz de alguém uma mulher? É a alma, é a genitália, é o gênero, é a escolha, é o quê? É muito bom a gente entender que não dá para ter só quatro modelinhos. Que as pessoas têm direito de fazer o que quiser. E a gente tem só de respeitar. Mas, para isso, a gente tem de entender e falar a respeito."

A atriz e apresentadora reconhece que o movimento feminista vem trazendo mudanças e melhorias para mulheres no Brasil. "Vivíamos à margem, como se não fosse existir esse espaço. Sentíamos falta, mas não sabíamos exatamente como buscá-lo e agora descobrimos que é com a união e com a voz. Temos de falar. Temos de nos abrir, debater, nos ouvir e trocar. Acho isso muito positivo", diz.

Apesar dos avanços, Luana enxerga o peso do machismo enraizado na cultura e não se rende a ele. "Ainda esperam que as mulheres sejam doces, fofas, sem muitas arestas. Que a gente não assuste e esteja dentro de uma caixinha. E aí quando vem uma mulher que fala, se coloca, diz não e não se submete, as pessoas tendem a criticar", opinou. "Eu levanto a bandeira da verdade por aquilo com que eu me identifico. E sempre foi assim. Não conseguiria fingir nada, nem vender uma coisa que não seja real. Acho injusto", finaliza.