Tesão sexual por tênis existe e é tendência em site de pornografia

Rafael não entendia o que estava acontecendo. Aos 13 anos de idade, ele começou a sentir algo diferente, meio erótico, ao ir para a escola sem usar meias, vestindo só um confortável par de tênis. Quando viu, já era hábito. E o hábito virou gosto. Por que não? “Achava que tinha algum problema, até que fui pesquisar a respeito”.
Hoje, aos 24, ele ainda não consegue definir um termo para seu fetiche, mas sabe do que gosta. “Curto Nike Shox, Adidas, Superstar, Adidas Stan Smith, tênis de skatista... Sempre sem meia”.
Pouco a pouco, Rafael descobriu pessoas com a mesma atração por tênis, ou “sneakers”, em inglês. Tem quem gosta de lamber solas, ser pisoteado por modelos específicos ou sentir o cheiro de tênis novos e também aqueles bem surrados, com essência de fim de dia. Alguns preferem com meias, por favor. Outros, sem meias.
"Cheirar é bom, mas dar o pezão 'podre de chulé' para um moleque cheirar e lamber e ver ele pirando... Isso não tem preço", revela Rafael.
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Em junho, o Pornhub divulgou um levantamento inédito para demonstrar a abrangência desse hábito e o perfil de quem busca no site por um vídeo pornô desse tipo. Assim como Rafael, os admiradores, na maioria, são homens. Eles têm idades na casa dos 35 aos 44 anos.
Não é clara a relação, mas é 1124% mais provável que o interessado também assista ao catálogo de pornografia gay do Pornhub antes de experimentar o setor de calçados, de acordo com a pesquisa.
Qual é o 'outfit'?
Claro, não é qualquer tênis. Se tratando de modelos, o termo mais buscado é por “Converse sneakers”, marca famosa pelo “All-Star”. Na lista também entram marcas como Nike, Adidas e Vans. No geral, a busca mais feita é por “sneaker worship”, algo como “adoração ao tênis”.
São Paulo é única cidade brasileira a aparecer entre as que mais buscam por sneakers na plataforma de pornografia, ocupando 11ª colocação de um ranking outras 30 cidades. As dez primeiras colocadas são cidades na Europa; Varsóvia, capital da Polônia, é a campeã.
Produção brasileira e grupos no Facebook
“Achei uma página no Face, aí eu vi que não estava sozinho e que isso parecia ser normal. E, sim, comecei a conversar com muitas pessoas, ver muitos vídeos”, relembra Rafael. Não há muitos grupos. Os que existem não contam mais do que 200 membros.
Mesmo que o circuito pareça pequeno e discreto, por aqui, já foram produzidos filmes pornográficos com o tema sneaker. Em um deles, uma das atrizes pede de forma ríspida para que uma outra mulher chupe um All-Star preto. A Universa foi em busca da produtora das filmagens, mas não encontrou os responsáveis pelo filme.
O gaúcho Rafael foi o único a responder, de forma sucinta e sem muitos detalhes, às perguntas feitas pela Universa. Entramos em contato com mais admiradores, brasileiros e alemães, que ignoraram ou não quiseram falar com a reportagem.
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