Luz pisca e tomada esquenta? Como evitar acidentes com a rede elétrica
Não fazer gambiarras, deixar fios desencapados e soltos, evitar muitos aparelhos potentes conectados em extensões e benjamins ou instalar tomadas longe de áreas molhadas... São vários detalhes para evitar choques elétricos, sobrecargas, curtos-circuitos e deixar o lar mais funcional e seguro. Veja abaixo:
Veja também
- Parece genial, mas não funciona: 7 soluções que só causam problemas
- 10 dicas para não surtar (nem ficar doente!) ao morar na casa em obras
1. Contrate o profissional certo
Você pode estar apto para realizar pequenos reparos e instalações simples, mas somente um engenheiro elétrico ou eletrotécnico com registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) pode assinar um projeto de reforma completa da rede elétrica. O documento ainda tem de ser aprovado pela prefeitura do município onde fica o imóvel. Na dúvida, peça indicações de conhecidos ou referências prévias do profissional contratado.
2. Não sobrecarregue a rede
A função dos disjuntores ou fusíveis é proteger os fios elétricos de sobrecargas e curtos-circuitos. Podem até ser antigos, se estiverem em bom estado, mas nunca superdimensionados, ou seja, receberem uma somatória de correntes elétricas de cargas ligadas a eles. Isso ocorre principalmente na falta de mais disjuntores para uma distribuição adequada dos circuitos do imóvel.
3. Instale um dispositivo DR
O quadro de luz deve estar preparado para suportar uma supercarga de energia, maior até das que os disjuntores aguentam. Nesse caso, a instalação de um DR (dispositivo diferencial residual) é essencial. O dispositivo, que custa cerca de R$ 100, serve para desligar automaticamente todo o circuito elétrico quando uma corrente de fuga (fluxo enorme de eletricidade) é detectada, evitando, além da queima de todos os disjuntores e eletrodomésticos, choques elétricos fatais e incêndios.
4. Prefira peças anti-chamas
Em edifícios, um curto-circuito em um único apartamento pode representar uma ameaça a todos. Para não provocar incêndios, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) exige das construtoras ou dos moradores que queiram reformar a rede de seu imóvel que utilizem condutores elétricos, como cabos e fios, com a sigla BWF, atestando que os componentes não pegam fogo em caso de sobrecorrente
5. Tenha tomadas resistentes
Tomada quente é um perigo. Se esquentou, provavelmente o aparelho conectado a ela consome energia além do suportado, convertendo a eletricidade perdida em energia térmica. A capacidade de uma tomada simples é de 10 amperes (unidade de medida da corrente elétrica). Equipamentos com potência superior a 1.000 W, como arcondicionado, torneira elétrica e secador, merecem tomadas com tensão 220V, dimensionadas por um profissional.
6. Evite muitos aparelhos juntos
Usar benjamins, réguas e extensões não é seguro, pois quando você aumenta o número de pontos de energia ou amplia consideravelmente o tamanho dos cabos, o sistema elétrico é obrigado a trabalhar mais e as tomadas acabam ultrapassando sua capacidade máxima de funcionamento. Como consequência, pode ocorrer o derretimento dos circuitos do aparelho e da tomada, além de um incêndio. Use esses itens apenas para conectar aparelhos de cargas pequenas, como notebook ou abajur.
7. Fio terra
O aterramento da fiação, ou fio terra, tem a função de drenar a energia que escapa dos aparelhos e fica acumulada nas superfícies metálicas, evitando choques elétricos. Deve ser feito em todas as tomadas e pontos de energia do imóvel e, no caso dos apartamentos novos, não se deve contar apenas com o que é oferecido pela concessionária no poste da rua e na caixa de força. O custo com fiação aumenta um pouco, mas o valor é pequeno diante da segurança.
8. Atente-se a luzes piscando
Elas dão sinais de uma possível queda de tensão elétrica, que ao voltar muito forte pode acarretar na queima de lâmpadas e aparelhos eletrônicos. Felizmente existem protetores chamados DPS (Dispositivo de Proteção de Surtos), que detectam sobretensões transitórias na rede e automaticamente cortam a distribuição de energia antes que ela volte com tudo. No caso das lâmpadas, em geral, somente continuam funcionando com uma queda de até 10% de tensão.
9. Mantenha distância da água
Áreas molhadas também precisam de tomadas, porém, para impedir que a água entre em contato com a fiação, a altura mínima indicada para elas é de cerca de 30 cm do chão ou de superfícies como pias, tanques e bancadas. Já nos jardins e quintais, onde pode haver iluminação, os equipamentos devem ser blindados para que a água não entre em contato com as correntes elétricas
10. Diferencie fios e cabos
Compreender cada um é fundamental para não levar choques. Em geral, fio é um condutor de cobre único, com até 6 mm², que deve estar sempre dentro de conduítes ou caixinhas. Já um cabo é formado por vários fios trançados que deve estar sempre dentro de conduítes ou caixinhas. Já um cabo é formado por vários fios trançados que garantem a maleabilidade e, se estiver bem encapado e num local sem tráfego de pessoas e animais, pode ficar solto, mas nunca embolado. Em média, a duração de ambos é de 20 anos de uso.
Fontes: Kouzo Nishiguti, técnico de instalações elétricas, e Fabiano Agnelli, engenheiro elétrico.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.