Noivas apostam na tradição de itens simbólicos familiares para o grande dia

Na década de 1960, avó, filha e neta brasileiras cruzaram o oceano rumo a uma viagem de férias para a Europa. Enquanto caminhavam pelas ruas de Bruxelas, na Bélgica, cidade reconhecida pela delicadeza de suas rendas, a avó decidiu comprar uma mantilha de casamento para a neta, Julieta, que tinha apenas 10 anos de idade. O presente ganhou significado por ter sido o último dado pela matriarca.
Anos depois, Julieta conheceu Arnaldo Miró, que veio a se tornar seu marido. No dia do casamento, a jovem evocou a presença da avó usando a renda. Do fruto deste relacionamento nasceu Marcela Miró, hoje com 35 anos.
“Eu via as fotos da minha mãe desde pequena e a achava linda! Quando fiquei noiva, ela me deu a mantilha para que fosse uma recordação dela e da minha bisavó. Assim se tornou uma tradição de família”, conta ao UOL Casamento a advogada casada há sete anos. Tal qual uma joia, a peça belga fica guardada a sete chaves --mas por pouco tempo, já que ano que vem quem sobe ao altar é a irmã de Marcela, que continuará com a tradição.
Cenário recente
Como se trata de tradição bastante nova no Brasil, muitas noivas acabam não tendo nenhum objeto familiar como herança. “A massificação das festas de casamento também atingiu o cinema, principalmente o norte-americano. Portanto, muitos brasileiros acabam usando uma tradição que nem é nossa, como a de usar o ‘algo novo, algo velho, algo emprestado ou algo azul’ (o famoso ‘something old, something new, something borrowed, something blue’)”, explica Ana.
Contudo, este não deve ser um empecilho para quem simpatiza com o gesto. “A noiva tem que fazer o que ela quer. Se ela não possuir nada de família que foi usado no dia do casamento, uma alternativa é usar um objeto de um parente querido”, fala Camila Piccini, do blog de casamento Say I Do.
Outra saída, segundo a blogueira, é começar um legado. “Vale comprar um objeto que goste muito e dar início a uma nova tradição”. Afinal, como diria o filósofo português Antonio Sardinha, em seu livro ‘Ao ritmo da Ampulheta’: “A tradição não é um ponto imóvel no passado. É antes uma continuidade interminável, renovando-se sempre. Reveste-se, deste modo, de um sentido de atualidade para nós, que a vivemos e a experimentamos como coisa nossa, feita da nossa substância cotidiana”.
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