Veja como evitar que bebês sofram com a pressão no ouvido em viagens de avião
A chegada das férias sempre traz uma dúvida para os pais de crianças pequenas, principalmente, os que têm um recém-nascido: devo viajar de avião com o bebê? "A idade não é uma contraindicação para viagens de avião, mesmo para os recém-nascidos", explica Shirley Pignatari, chefe da disciplina de otorrinolaringologia pediátrica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
De acordo com a médica, bebês e crianças pequenas saudáveis são capazes de enfrentar muitas horas em um voo sem grandes problemas, basta estarem protegidos contra o frio, alimentados e com as fraldas trocadas sempre que necessário.
Mesmo assim, desconfortos podem aparecer devido à mudança de altitude e a pressão durante a viagem. "É importante saber que, até cerca de seis anos de idade, as crianças apresentam mais dificuldade para equalizar a pressão externa com a pressão no interior do ouvido médio", explica Shirley. Assim, o bebê poderá ficar inquieto e chorar.
"Uma saída para minimizar o desconforto é tentar fazer algo que movimente a mandíbula da criança: faça-a engolir, dê de mamar, dê água ou uma chupeta. Isso ajuda a equilibrar a pressão do ouvido", diz Claudio Reingenheim, médico pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
O equilíbrio da pressão interna e externa ocorre pelo trabalho de músculos relacionados à mastigação, sucção e deglutição. Reingenheim dá mais uma dica: "Peça ao comissário que avise com antecedência a hora da descida para que haja tempo suficiente para dar a mamadeira, seio ou chupeta e, assim, segurar esse desconforto no ouvido do bebê". Nesse caso, a amamentação natural é ainda melhor, pois o contato materno direto é reconfortante.
Mesmo com a permissão da viagem, médicos aconselham evitar voos com o bebê antes de completar três meses de idade, a não ser que haja a necessidade. "Convém lembrar que bebês devem evitar ambientes fechados, sem ventilação e aglomerações, pois seu sistema imunológico ainda está imaturo", diz Fernanda Luiza de Almeida, pediatra da Clínica Homa Espaço Médico.
Segundo ela, o voo não é seguro para recém-nascidos com anemia grave, doença cardíaca ou pulmonar porque há menor quantidade de oxigênio no interior do avião, o que leva à redução da oxigenação sanguínea. Portanto, antes de viajar, o ideal é consultar o pediatra para avaliar as condições de saúde da criança.
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