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Pedro Lourenço desfila coleção de luxo para mulher que "prefere o melhor"

CAROLINA VASONE

Enviada especial a Paris

05/03/2011 00h21

Reinaldo Lourenço observava o movimento na porta. Gloria Coelho monitorava a assessora brasileira responsável por sentar os convidados conterrâneos na sala de desfiles coordenada por uma assessoria de imprensa de renome internacional, a KCD. No backstage, o filho dos dois estilistas, Pedro Lourenço, se preparava para apresentar sua terceira coleção em Paris.

Único brasileiro a integrar o calendário da semana de moda mais importante do mundo, Lourenço deu continuidade à linguagem gráfica geométrica da sua última coleção. Mais comercial, ou "usável" (como definiu depois do desfile) em relação à aplaudida coleção anterior (Verão 2012 europeu ou 2010-11 brasileiro), o Inverno 2011 do estilista continua, porém, tão luxuoso quanto as calças e blusas de couro sustentadas por tules finíssimos que impressionaram críticos nacionais e internacionais pela qualidade e pelo design original. "A mulher que veste Pedro Lourenço prefere o melhor", disse o designer de 20 anos no backstage, sobre a possibilidade de suas roupas, além de mais usáveis estarem mais baratas nesta estação. "O 'tweed' é da mesma empresa que fornece os 'tweeds' da Chanel", exemplificou.

As peles felpudas, em cores delicadas como rosa bebê e branco, vieram da Saga, empresa nórdica patrocinadora da coleção e uma das fornecedoras mais importantes de pele do mundo. Foram elas que chamaram a atenção de Suzy Menkes, que foi até o backstage cumprimentar Pedro Lourenço ao final da apresentação.

Menos radicais que na temporada passada, os recortes e as relações entre leveza e peso (combinação de tule e couro) foram usados de maneira diferente e mais diluída no inverno, focado na sofisticação e na elegância com espírito clássico, em calças justas com recortes de couro, tops e capinhas com transparências sobrepostas e volumes criados a partir de pedaços ora presos, ora soltos nas roupas. O tule agora sustenta vestidos de lã ou faixas de pele como no top branco. As faixas dialogam com os recortes das peças com grafismos feitos a partir de aplicações de cores diferentes da base da roupa.