Lenny eleva status da moda praia brasileira com maiôs sensuais, intelectuais e fashion

Chegou a hora da imprensa estrangeira ficar boquiaberta, num Fashion Rio, até agora, entre altos e baixos, um pouco morno. É a moda praia a responsável pelo feito, e não por exibir os corpos curvilíneos do exército de tops brasileiras que desfilou para a Lenny. A estilista Lenny Niemeyer conseguiu valorizar os tão famosos atributos e ainda assim impressionar pela qualidade de moda exercida em tão pouca quantidade de pano, ou de lycra.



Na noite desta quarta (6), quando Beatriz Barros, Izabel Goulart e Letícia Birkheuer entraram de branco, sobre a passarela branca azulejada, de coque no cabelo, a platéia respirou fundo e sentiu o prazer que uma boa imagem de moda provoca na alma de quem gosta de roupa, e mais do que isso, de ser provocado por estímulos visuais. Neste caso, era o poder, a beleza e a sensualidade em forma de espetáculo de moda as mensagens passadas pelas criações de uma das modas de praia mais sofisticadas que se tem notícia.



As inspirações eram a artista plástica Adriana Varejão, Oscar Niemeyer e Miró, basicamente. Os azulejos que permeiam a obra de Varejão deram o que falar transformados em estampas e caquinhos aplicados nas peças. E fascinavam, aliados às linhas geométricas dos maiôs, que interagindo com as linhas curvas das modelos (sim, são magras mas são curvilíneas) formando uma equação pela e instigante. Fissuras aparecem entre o emborrachado branco quadriculado de um maiô, um vinil brilhante entrecorta uma lycra. Tudo é quase arquitetônico mas extremamente sensual, provocando desejo de consumo.



No styling assinado por Daniel Ueda, o mínimo, para os maiôs "bijouteria" já enfeitados de Lenny. Braceletes parecem dar continuidade aos recortes e linhas das peças, numa inteligente sincronia.