Chechênia é acusada de manter "campos de concentração" de homossexuais

Uma nova onda de perseguição contra homossexuais estaria ocorrendo na Chechênia, de acordo com denúncias que vieram à tona nesta sexta-feira (11) por fontes locais.
As informações foram publicadas pelo jornal investigativo russo Novaya Gazeta, que, há cerca de um ano e meio, revelou que mais de uma centena de homossexuais tinham sido detidos e torturados pelas autoridades. Alguns até morreram com as agressões.
"Na Chechênia, foram retomadas as prisões de meninos e meninas da comunidade LGTB. Peço a todos que ainda estão em liberdade de levarem esse comunicado a sério e fugirem o quanto antes. Entrem em contato com defensores de direitos humanos, amigos e veículos de imprensa que possam ajudar", alertou uma publicação na rede social VKontakte.
A Chechênia fica na região do Cáucaso e é uma das repúblicas da federação russa, com população maioria muçulmana. Desde 2017, surgem relatos de perseguições e "campos de concentração" para homossexuais. O governo checheno nega todas as acusações, chamando-as de "mentiras". "Na república chechena, não existe nenhuma prisão ou local de detenção que não faça parte do sistema carcerário", disse Alvi Karimov, porta voz do controverso líder Ramzan Kadyrov, acusado de violações de direitos humanos e sancionado pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Além de negar os "campos de concentrações", o governo também alega que "não existem gays" na Chechenia.
"Não se pode prender ou perseguir quem simplesmente não existe.
Se existissem pessoas assim na Chechenia, as forças de ordem não teriam nenhum problema, porque seriam os próprios familiares a mandarem essas pessoas para aquele endereço do qual não se volta", disse o porta-voz, no ano passado.
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