Olha ela! Entenda por que Ana Paula caiu nas graças do público
Olha ela! Barraqueira e "sincerona", Ana Paula, participante do "BBB 16" (Globo), ganhou a simpatia de boa parte do público e só se fala nela desde a segunda semana do programa, quando a mineira acusou Laércio de pedofilia e brigou com ele. Os dois acabaram no paredão, e o tatuador foi eliminado. Depois desse episódio, já sobrou para quase todos do programa: Renan, Daniel, Juliana, Matheus e até Ronan, uma das pessoas mais próximas da encrenqueira da edição.
Após causar tanta confusão e vencer um "paredão do bem", com 74% dos votos, o UOL foi descobrir: por que Ana Paula caiu nas graças do povo? A seguir, veja as explicações dos especialistas.
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Perfil justiceira
Para Arthur Guedes, mestrando em comunicação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e especialista em "BBB", a mineira foi classificada dessa forma não apenas pela falta de papas na língua, mas por ser transparente. "Ela é à flor da pele e, como a própria já falou, dificilmente as pessoas se comprometem expondo exatamente o que pensam. Ela tem se comprometido sempre com seus posicionamentos. As pessoas podem até concordar com o que ela diz e pensa, mas preferem se abster", afirma.
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É do tipo ame ou odeie
A mediadora de conflitos Suely Buriasco diz que o público do "BBB" cansou de ver sempre as mesmas histórias e comprou o comportamento de Ana Paula como sendo "do bem", ao contrário de outros participantes que causavam brigas e conspiravam em edições passadas, como Tina, do "BBB 2", e Alberto Cowboy, do "BBB 7". "Espectadores de reality buscam entretenimento e, nesse quesito, o perfil da mineira dá de dez a zero nos outros. Ana Paula não é 'morna' e por isso não passa despercebida."
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Síndrome "queria ser como Ana Paula"
A terapeuta comportamental Anna Cristina Maia, da Abpc (Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva), afirma que a mineira provoca admiração em alguns fãs do "BBB". "Isso acontece porque ela consegue ser como alguns de nós desejamos e não conseguimos por vários motivos. No caso dela, os comportamentos de brigona e intolerante, vistos na maioria das vezes como defeitos, acabam virando qualidades, porque ela defende sua verdade a qualquer custo." Na opinião de Guedes, mesmo quem não quer ser como ela, pode achar conveniente ter alguém com esse perfil por perto.
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Ela "representa"
Para Guedes, mais do que se identificar com a pessoa que Ana Paula é, a empatia do público vem por aquilo que ela foi capaz de representar, principalmente no episódio com Laércio. A mineira dizia que o tatuador olhava para as mulheres do programa com "maldade". "Ela permanece lá dentro para dar voz a algumas questões que enfrentam bastante resistência na sociedade machista e preconceituosa em que vivemos." Ao mesmo tempo, o especialista em "BBB" fala que ela se uniu a outros dois participantes "frágeis" e tenta defendê-los a qualquer custo: Munik, a mais nova do programa, e Ronan, ex-morador de rua e excluído.
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Não é coração de pedra
Apesar de brigar, brigar e brigar, Ana Paula tem um jogo mais do que limpo e, sim, ela sofre, afinal já a vimos chorar diversas vezes se questionando sobre a própria postura. Para a psicóloga Arlete Gravanic, apesar da falta de "filtro" ao falar tudo o que vem à cabeça ser uma característica adolescente, de quem se acha onipotente, a mineira se aproxima dos espectadores que guardam mágoas, se sentem injustiçados e não têm coragem de expor seus sentimentos. "Esse tipo de pessoa normalmente compra mais inimigos do que amigos, o que pode fazê-la encarar muitos 'paredões' e acabar unindo o público a seu favor."
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Tem características de vencedora
É claro que não podemos dizer que Ana Paula tem potencial para vencer a 16ª edição do "BBB", mas, segundo Suely, além de testar o emocional de todos a sua volta, ela tem carisma. "Essa é uma arma importante para vencer, tanto no reality show quanto na vida. Ser convincente em suas ações também é outra característica importante. Talvez o público não queira mais a mocinha indefesa, como Maria, do 'BBB 11', mas uma mulher que luta realmente por seus objetivos", afirma. Além disso, a mediadora de conflitos destaca o fato de que o desgaste psicológico pode ser o algoz dos outros participantes.
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