É verdade que usar muito vibrador deixa clitóris menos sensível?

Vibradores têm sido recomendados por especialistas tanto para ajudar a tratar problemas sexuais, como a dificuldade para ter orgasmo, quanto para disfunções do assoalho pélvico e dor vulvar. Além disso, funcionam para desenvolvimento sexual, autoconhecimento, intensificação da resposta sexual e variação de estímulos na relação solo ou com parcerias. Há inúmeros modelos, lançamentos frequentes e muita conversa sobre o tema.

Mas, vire e mexe, surge uma preocupação: o vibrador deixa o clitóris menos sensível? Se sim, isso significaria que, sem ele, ficaria mais difícil chegar ao orgasmo por outros meios, como masturbação com os dedos ou o sexo oral, ou mesmo impossibilitá-los.

Um dos poucos estudos sobre o tema foi divulgado em 2013. Pesquisadores da Universidade de Inidiana mostraram que cerca de 16,5% das entrevistadas referiram menor sensibilidade genital com o uso contínuo de vibradores

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No entanto, com raríssimas exceções, esse sintoma é descrito como leve e transitório. Por isso, ao interromper o uso, é possível a retomada da sensibilidade. É comum relatos de sensação de dormência genital durante o uso de vibradores, mas ela é comparada à dormência na mão, após usar um aparelho de massagem, por exemplo.

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Mas o fato de ser transitório não exclui a necessidade de esclarecimento. As mulheres devem ser alertadas sobre esses efeitos e orientadas sobre frequência no uso e potência de seus sex toys. Sugiro usar vibrações menos intensas, bem como praticar sexo também sem o vibrador, a não ser em situações nas quais ele seja fundamental para desencadear o orgasmo.

Outro fator a se levar em conta é o condicionamento: quando o orgasmo sempre é obtido por meio do estímulo do vibrador, mais rápido do que sem ele, psicologicamente pode ser mais difícil esperar o aumento da excitação quando o aparelho não for usado.

Nenhum orgasmo será igual, já que ele depende de múltiplos fatores. O que está claro é que o vibrador é um importante aliado a resposta sexual das pessoas e que seu uso não substitui o prazer da relação sexual com parcerias, quando ela é de qualidade.