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Estudo aponta tendência a sermos honestos pela manhã e a mentir à tarde

Do UOL, em São Paulo

04/11/2013 06h00

Um estudo conduzido pela Universidade de Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos, sugere que pessoas têm tendência a serem honestas pela manhã e a mentir à tarde. A pesquisa foi divulgada pelo periódico científico Psychological Science.

Segundo os autores do estudo, isso ocorreria porque o cansaço gerado no decorrer do dia afeta o auto-controle que nos influencia a dizer a verdade.

Para chegar à conclusão, a pesquisa submeteu participantes (um grupo formado por homens e mulheres) a dois experimentos que apontaram a existência do fenômeno batizado de "efeito da moralidade matinal".

No primeiro deles, os pesquisadores exibiam aos participantes uma imagem composta por pontos e perguntavam se os pontos estavam mais à direita ou à esquerda da tela. As respostas eram premiadas com dinheiro.

Quem falasse que havia mais pontos do lado direito —mesmo que não houvesse—, ganhava uma quantia até 10 vezes maior do que quem falasse que a maioria dos pontos estava do lado esquerdo.

Isso era feito para encorajar os participantes a mentir e, assim, houve uma maior incidência de mentiras entre quem era testado à tarde (entre 12:00 e 18:00) do que entre quem passava pelo teste pela manhã (entre 8:00 e 11:59).

No segundo experimento, os participantes tinham sua capacidade de atenção testada nos dois períodos do dia ao receberem palavras com letras faltando e terem de completá-las. As palavras eram E_ _ _ C _ _ (ethical, ou ética em inglês) e _ _ R A L (moral). Segundo os pesquisadores, quem era testado pela manhã exibia tendência a completar as palavras corretamente já os testados à tarde tendiam a dizer que as palavras eram effects (efeito, em inglês) e coral.

Atuação eticamente questionável

Para os pesquisadores, a combinação dos dois experimentos evidenciou que o cansaço que abate o corpo à tarde dificulta o auto-controle que nos faz resistir a mentir.

O texto de divulgação do estudo afirma que "pessoas ficam mais vulneráveis a um declínio gradual nos processos de auto-controle como resultado de atividades ligadas ao dia a dia (...) Esse declínio pode, por sua vez, levá-las a agir de forma eticamente questionável".

"Em outras palavras, nossa descoberta sugere que o período do dia pode levar pessoas boas e que tendem a agir moralmente a sofrerem falhas sistemáticas", resume o texto.