Teóricos da partícula de Higgs ganham Nobel de Física 2013
O belga François Englert, 80, e o britânico Peter Higgs, 84, ganharam o Prêmio Nobel de Física 2013, anunciou nesta terça-feira (8) a instituição, em Estocolmo, na Suécia.
O que é a partícula de Higgs?
Segundo teorias da Física, o bóson Higgs é uma partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do universo. Diferente dos átomos, feitos de massa, as partículas de Higgs não teriam nenhum elemento em sua composição. Elas são importantes porque dão respaldo a uma das mais aceitas teorias acerca do universo - a do Modelo Padrão, que explica como outras partículas obtiveram massa. Segundo essa tese, o universo foi resfriado após o Big Bang, quando uma força invisível, conhecida como Campo de Higgs, formou-se junto de partículas associadas, os Bósons de Higgs, transferindo massa para outras partículas fundamentais
Ambos foram laureados pela descoberta da existência de uma partícula elementar batizada como bóson de Higgs, também conhecida como "partícula de Deus", que confere massa a outras partículas.
Os dois cientistas eram favoritos para ganhar o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,25 milhão de dólares). A dupla, separadamente, previu a existência da partícula - fundamental para explicar porque a matéria tem massa elementar - há quase 50 anos.
O trabalho teórico foi finalmente provado no ano passado em experiências feitas no gigantesco colisor do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN).
Higgs é professor emérito da Universidade de Edimburgo, na Escócia. Já Englert é professor emérito da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, da universidade de Tel Aviv, em Israel, e da Chapman University, nos Estados Unidos.
Havia um consenso entre os cientistas que o Nobel iria reconhecer a descoberta do bóson de Higgs, um dos grandes acontecimentos do mundo da física nos últimos tempos.
No entanto, seis cientistas publicaram estudos relevantes sobre o bóson de Higgs em 1964, e milhares de outros colaboraram para detectá-lo no gigantesco acelerador de partículas do Cern. O testamento de Alfred Nobel limita o prêmio a no máximo três pessoas.
Higgs, Englert e outro belga, Robert Brout, eram favoritos porque tiveram os trabalhos citados com mais frequência por outros pesquisadores. No entanto, Brout morreu em 2011 e o prêmio não pode ser concedido postumamente.
O Cern anunciou em julho de 2012 que havia descoberto o bóson de Higgs e isso motivou a expectativa de que Higgs ganharia o Nobel já no ano passado. Mas, na época, os dados preliminares do Cern ainda precisavam ser confirmados, o que só aconteceu neste ano.
Nobel 2013
O Nobel de física é o segundo a ser entregue este ano. Os cientistas James E. Rothman e Randy W. Schekman, dos Estados Unidos, e o Thomas C. Südhof, da Alemanha, ganharam, conjuntamente, o Prêmio Nobel da Medicina 2013, anunciado na segunda-feira (7).
Ao longo desta semana serão anunciados os ganhadores do Nobel de Química (quarta-feira), Literatura (quinta-feira) e da Paz (sexta-feira). A edição deste ano dos prêmios se encerra na próxima segunda-feira (14), com o de Economia.
A entrega dos Nobel acontece, de acordo com a tradição, em duas cerimônias paralelas, em Oslo para o da Paz e em Estocolmo para os restantes, no dia 10 de dezembro, coincidindo com o aniversário da morte de Alfred Nobel. (Com agências internacionais)
Ganhadores do Nobel de Física nos últimos 10 anos
2013 | Petter Higgs (Reino Unido) e François Englert (Bélgica) |
2012 | Serge Haroche (França) e David Wineland (EUA) |
2011 | Saul Perlmutter (EUA), Adam Riess (EUA) e Brian Schmidt (EUA/Austrália) |
2010 | Andre Geim (Holanda) e Konstantin Novoselov (Rússia/Reino Unido) |
2009 | Charles Kao (EUA/Reino Unido), Willard Boyle (EUA/Canadá) e George Smith (EUA) |
2008 | Yoichiro Nambu (Estados Unidos), Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa (Japão) |
2007 | Albert Fert (França) e Peter Grunberg (Alemanha) |
2006 | John C. Mather (Estados Unidos) e George F. Smoot (Estados Unidos) |
2005 | Roy J. Glauber (EUA), John L. Hall (EUA) e Theodor W. Hansch (Alemanha) |
2004 | David J. Gross, H. David Politzer e Frank Wilczek (Estados Unidos) |