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Xiaomi 12: ideal para quem quer um 5G topo de linha pela primeira vez

Xiaomi 12, novo topo de linha da fabricante chinesa, chega ao Brasil - Gabriel Daros/Tilt
Xiaomi 12, novo topo de linha da fabricante chinesa, chega ao Brasil Imagem: Gabriel Daros/Tilt

Gabriel Daros

De Tilt, São Paulo

08/06/2022 04h00

Embora a XIaomi tenha expandido significantemente na América Latina a partir de 2017, seus aparelhos no Brasil ficaram famosos pelo famigerado mercado cinza — os importadores que mandavam direto da China para revender barato por aqui. Como resultado, ficou com fama de "celular bom, mas clandestino".

Hoje, instalada no Brasil, a Xiaomi trava uma batalha para transformar essa imagem, focando em lançamentos e aparelhos de alto nível. E o mais recente paladino nesta cruzada é o Xiaomi 12, seu mais recente topo de linha, que promete disputar lugares mesmo com nomes grandes da categoria, como o Samsung Galaxy S22 e o iPhone 13.

E para ver o quanto ele aguenta nesta comparação, Tilt passou algumas semanas testando o smartphone, vendo do que o carro-chefe da Xiaomi é capaz:


Xiaomi 12

Preço

9.499,00 4.799,00
TILT
4,4 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Ótimo brilho, frequência e nitidez, porém risca muito fácil

Sensibilidade excelente, mas nos cantos não tem toque tão preciso

Caixas de som sólidas e Dolby Atmos, mas nada que impressione frente outros da categoria

Peca um pouco no foco, porém tira fotos boas até mesmo em ambientes escuros

Inteligência artificial pouco intrusiva, mas não possui macro dedicada

Boa qualidade de gravação e recursos dedicados exclusivos para criação de conteúdo

Aguenta vários programas e jogos em paralelo sem reclamar

Leve e confortável de se usar

Passa um bom tempo longe do carregador -- e quando precisa, basta uma hora para carga completa

MIUI 13 é funcional e bonita, mas pode levar um tempinho até se acostumar

Elegante e confortável, no bolso ou na mão

Chegou caro, mas preços atuais compensam pelo que entrega

Pontos Positivos

  • Excelente desempenho, mesmo com diversos apps abertos
  • Recarga completa da bateria em até uma hora
  • Design confortável para muito tempo de uso

Pontos Negativos

  • Conjunto de câmeras inferior em comparação aos rivais
  • MIUI não é o sistema operacional mais intuitivo de todos
  • Esquenta bastante em sessões mais intensas de jogatina

Veredito

No fim, é uma questão de preferência: se você já é fã de carteirinha do iPhone ou da série Galaxy S, é pouco provável que este celular faça você mudar de ideia. Agora, se você está disposto a pegar um topo de linha por um bom preço, o Xiaomi 12 dá mais do que conta do recado.

Tirando ele da caixa, talvez a primeira coisa que impressione seja o peso. É um celular leve, com 180 g. Os cantos, de bordas arredondadas, descansam o aparelho confortavelmente na mão, embora às vezes, atrapalhem um pouco para clicar em um ícone de sair. Não é muito grande — tem 6,28 polegadas (16 cm) — mas no conjunto, também não atrapalha no bolso.

Na traseira, a textura de aço escovado possui um efeito interessante de reluzência: ora parece cinza, ora sobressaem alguns tons de rosa. No geral, isso dá um aspecto elegante ao aparelho, que vem com uma capinha transparente.

Verso do Xiaomi 12 - Gabriel Daros/Tilt - Gabriel Daros/Tilt
Imagem: Gabriel Daros/Tilt

A câmera frontal do Xiaomi 12 é um ponto vazado na parte superior, ao invés de uma ponta chanfrada (em "forma de gota"). Embora não atrapalhe em nada, é um elemento de design que pode dividir preferências.

A tela, de 120 Hz de frequência, também possui uma alta sensibilidade, e pega bem movimentos sutis. Quem digita de um jeito mais "solto" talvez vá errar a tecla com mais frequência. Idem para quem não é muito preciso ao jogar. Em compensação, a velocidade de resposta impressiona.

A resistência, infelizmente, deixa a desejar. Rapidamente, a tela ficou marcada com riscos de atrito com chaves, moedas e até mesmo zíper da carteira.

Tela do Xiaomi 12 apresentou alguns arranhões depois de contato com chaves no bolso - Gabriel Daros/Tilt - Gabriel Daros/Tilt
Tela do Xiaomi 12 apresentou alguns arranhões depois de contato com chaves no bolso
Imagem: Gabriel Daros/Tilt

No uso geral, a luminosidade é ótima — a tela adapta facilmente a qualquer condição e consegue emitir boa luz mesmo debaixo de sol a pino.

Sistema operacional

Esse conjunto todo de tela, somado aos efeitos visuais da MIUI 13 (a versão do Android modificada pela Xiaomi), tende a resultar numa interface agradável. E bota agradável nisso: arrastar de uma tela para outra é estranhamente relaxante.

Aliás, o próprio sistema operacional é um ponto que vale prestar atenção: embora ele soe muito "familiar" à primeira vista, os menus não se comportam da mesma forma.

Ícones e tarefas importantes (como a economia de bateria, roteador de sinais e afins) estão escondidos em uma rolagem que só é acessada quando você arrasta bem no canto superior direito da tela - praticamente no ícone de bateria. Para notificações, vale o mesmo, só que no canto esquerdo.

Mas nem tudo são espinhos. O próprio sistema oferece, por exemplo, a ferramenta de pasta oculta, bem como carteira digital do Google. A empresa prevê três atualizações de versões do sistema Android (ou seja, até MIUI 16), e quatro anos de atualizações de segurança, então a longevidade será razoável.

Por fim, aos usuários de Android, a MIUI 13 tem ares bem familiares, mas pode causar algumas confusões. Com paciência (e um pouquinho de prática), logo o uso fica natural.

Principal

O topo de linha da Xiaomi aparece com um conjunto de três câmeras — a principal, de 50 MP, uma ultrawide de 13 MP e outra de zoom 2x para fotos macro. Todas elas, enfileiradas na vertical, em um retângulo destacado no topo superior esquerdo.

O conjunto, de fato, oferece uma câmera a menos. Normalmente, os smartphones intermediários e topos de linha vem com quatro, sendo uma lente dedicada exclusiva para contraste ou, ainda, para fotos com zoom.

Ao invés disso, o Xiaomi 12 segue a filosofia do "fazer bem com o que já tem", aproveitando o hardware para, por exemplo, tirar fotos com foco super rápido. O conjunto principal registra fotos bastante coloridas, mesmo em cenários em que isso não é tão visível à olho nu. Este efeito é ainda mais realçado com a IA da câmera. As fotos ficam com um quê de filtro de Instagram.

Por falar nisso, a Xiaomi embutiu alguns filtros e recursos interessantes no seu app de fotos. Por exemplo, o modo "Clone", para montagens em foto; ou o "Vlog", que permite gravações curtas em sequência, ideal para um Reels ou TikTok. O lado negativo é que estas funções precisam todas ser baixadas.

Frontal

A câmera frontal, de 16 MP, entrega três proporções de imagem: a padrão, de 3:4, a de 9:16 e uma versão full. Opções como quadros de filme e disparos com a palma da mão também estão disponíveis.

O sensor capta muito bem as fotos, inclusive em cenários com pouca luz. A câmera frontal aplica efeitos na hora também, o que permite alguns ajustes finos antes do clique. No geral, é uma IA pouco intrusiva. O conjunto total é bem-vindo, especialmente se você quer fazer aquela selfie antes (ou durante) uma festa, por exemplo.

Um único porém é que, independentemente do modo, o foco na câmera frontal nem sempre acertou onde eu cliquei. Passei pelo leve incômodo ter que apertar repetidamente até o sensor entender a distância certa.

Para conseguir peitar outros topos de linha, o Xiaomi precisava de um motor bom debaixo da carroceria. Não à toa, o carro-chefe da empresa chinesa possui um Snapdragon 8 Gen 1, atualmente um dos mais potentes sistemas em chip com suporte a 5G.

Na prática, é esse motor turbinado que torna o Xiaomi 12 possante, e que viabiliza uma experiência tão agradável e com tanta fluidez. Durante nosso uso em Tilt, não foi constatado gargalos no uso cotidiano, mesmo abrindo diversos aplicativos de uma vez.

Falando neles, é notável que aparelhos da empresa chinesa venham com bloatwares — apps que você não pediu e que, muitas vezes, só pesam o celular, oferecendo a mesma funcionalidade que um YouTube ou Netflix (que já vem instalado). O Xiaomi 12 não traz tantos deles, e alguns, como o de otimização de uso, são até bem-vindos.

De qualquer maneira, o aparelho está disponível em versão única, de 256 GB, com suporte a cartão de memória. Mesmo que você não pretenda utilizar um cartão SD, ainda vai levar um bom tempo até ocupar todo o armazenamento nativo dele.

O desempenho se manteve sólido quando ele foi colocado para rodar jogos. Todas as experiências ocorreram sem travamentos e com carregamento rápido. Houve uma única exceção, quando surgiram alguns lags para carregar uma publicidade interativa em Unity (algo que não é todo mundo que vai ver).

Entretanto, em sessões mais longas de jogatina — de mais de meia hora — o celular esquenta bastante, algo nada confortável ou agradável.

A bateria é um dos melhores pontos do Xiaomi 12. Equipado com uma de 4.500 mAH, ele aguenta cerca de um dia e meio longe do carregador, com tempo de uso moderado. Em atividades mais intensas, como jogos ou reprodução de vídeos, a performance ficou entre quatro e cinco horas ininterruptas — o que não é nada mal.

Mesmo que tivesse de voltar para o carregador, ele também não precisou de muito tempo lá. Acompanhado de um carregador Dart de 65W, a carga foi de 5% a 100% em uma hora. O smartphone também possui suporte à recarga sem fio em estações de 50W.

No geral, ele tem fôlego para aguentar bastante atividade antes de esgotar a bateria, e mesmo que ela acabe — ou eventualmente esgote seus ciclos e fique "viciada" — a recarga é rápida suficiente para compensar.

Botar a mão num topo de linha, normalmente, significa desembolsar muito. Em parte, era o caso do Xiaomi 12, que chegou aqui com o preço de lançamento de R$ 9.499,00 — o mesmo de concorrentes diretos, o Galaxy S22 Ultra, com mesmo armazenamento.

Entretanto, hoje é possível encontrar o mesmo celular por quase a metade do preço no varejo - um valor mais em conta que os concorrentes diretos, e que tende a cair. Na prática, isso significa um aparelho topo de linha, com longevidade de uso, boa performance e um bom tempo longe da tomada. Tudo isso, em contrapartida, com a adaptação de uma nova interface e um celular com alguns bloatwares.

Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • MIUI 13 (Baseado em Android 12)

  • Dimensões

  • 152.7 x 69.9 x 8.16 mm (altura x largura x profundidade)

  • Resistência à água

  • Não

  • Cor

  • Azul e preta

  • Preço

  • 9.499,00 (lançamento) | 4.799,00 (varejo)

Tela
  • Tipo

  • Gorilla Glass Victus

  • Tamanho

  • 6.28 polegadas

  • Resolução

  • 1080 x 2400 pixel

Câmera
  • Câmera Frontal

  • 50 MP (principal), 13 MP (ultra-wide), 5 MP (macro)

  • Câmera Traseira

  • 32 MP

Dados técnicos
  • Processador

  • Snapdragon 8 Gen1 Qualcomm SM8450

  • Armazenamento

  • 256 GB

  • Memória

  • 8 GB

  • Bateria

  • 4.500 mAh