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Novatos aprendem a lidar com oscilações bruscas em moedas digitais

26/02/2018 19h01

NOVA YORK (Reuters) - Depois de pesquisar sobre moedas digitais para o trabalho no ano passado, o escritor de finanças pessoais J.R. Duren pulou em sua própria cripto-montanha russa.

Duren comprou 5 dólares em litecoin em novembro e, depois disso, comprou mais 400 dólares, a maior parte com seu cartão de crédito. Em apenas alguns meses, ele experimentou um rali, uma queda e uma recuperação, com as altas e baixas de adrenalina que vieram junto.

"No começo, eu estava enlouquecendo", disse Duren sobre ver seu portfólio mergulhar 40 por cento em momento. "A queda precipitada veio como um choque."

Duren, com 39 anos, faz parte da nova classe de "cripto-investidores" que não pensam necessariamente que o bitcoin substituirá o dólar dos EUA, ou que essa cadeia de moedas revolucionará as finanças modernas ou que os dentistas deveriam ter sua própria moeda.

Apontado por investidores veteranos como "os noobs" - linguagem online para "novatos" - eles são investidores comuns que se aproximam da tendência mais recente, muitas vezes com pouca compreensão sobre como as criptomoedas funcionam ou porque elas existem.

"Houve uma grande mudança no tipo de investidores que vimos no criptomercado no ano passado", disse Angela Walch, uma colega do UCL Center for Blockchain Technologies. "Mudou de um pequeno grupo de técnicos para pessoas comuns. Ouço conversas sobre criptomoedas em todos os lugares, em cafés e aeroportos."

Walch e outros especialistas citam como paralelo o final dos anos de 1990, quando investidores de varejo pularam sobre ações como Pets.com, uma varejista de online de produtos para animais de estimação que teve vida curta, apenas para verem seus investimentos evaporarem com o estouro da bolha das empresas pontocom.

Bitcoin é a moeda virtual mais conhecida, mas agora há mais de 1.500 para escolher, de acordo com o site de dados de mercado CoinMarketCap, que vão desde moedas populares como o ether e o ripple às moedas obscuras como dentacoin, a destinada aos dentistas.

Não é claro exatamente quantos "noobs" compraram criptomoedas no ano passado, pois cada transação é ligada a um pseudônimo, o que significa que está vinculada a um endereço digital único e poucas bolsas coletam ou compartilham informações detalhadas sobre seus usuários.

Um bitcoin valia cerca de 20.000 dólares em dezembro, uma valorização em torno de 1.900 por cento desde o início de 2017. Nesta segunda-feira, a moeda valia cerca de 10.200 de dólares. Outras moedas fizeram ganhos ainda maiores e experimentaram quedas igualmente velozes durante esse período.

(Por Anna Irrera)