Deezer busca vantagem sobre o Spotify no mercado musical
LONDRES (Reuters) - Da música gospel brasileira ao reggaeton porto-riquenho e o hip-hop holandês, a empresa de streaming de música Deezer está procurando brechas no mercado mundial onde possa sobreviver e prosperar contra o Spotify e a Apple.
A empresa francesa tem poucas esperanças de sucesso competindo com rivais muito maiores no reino do mercado de massa habitado por artistas como Taylor Switft e Ed Sheeran.
Em vez disso, a empresa francesa está se concentrando em gêneros musicais locais em mercados de rápido crescimento, com frequência mercados não de língua inglesa, onde acredita que poderá roubar participação. A Deezer está visando ouvintes locais, enquanto procura posicionar-se para a audiência global como uma alternativa "cool", não-dominante.
Como parte de sua estratégia, lançou este ano o Deezer Next e está despachando equipes locais de "editores" para identificar talentos em gêneros de nicho e criar conteúdo original, no estilo da Netflix. O movimento não só diferencia seu catálogo, mas também reduz a dependência das gravadoras que cobram taxas da receita dos serviços de transmissão.
O presidente-executivo da Deezer, Hans-Holger Albrecht, disse que vai mirar mercados selecionados na América Latina, Ásia e África, onde o Spotify ainda não é dominante, incluindo a Guatemala, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Nigéria, Senegal e África do Sul.
"Eu realmente acredito na localização do conteúdo", disse o executivo à Reuters. "Enquanto o Spotify é principalmente focado em playlists, estamos apostando na diferenciação local, e isso ajudou a nos tornar o número um da música gospel no Brasil."
A Deezer tem um "freemium" similar ao líder de mercado Spotify, pelo qual atrai usuários oferecendo acesso gratuito em um serviço com anúncios e cobra uma taxa mensal de cerca de 10 dólares para o serviço completo. No entanto, tem apenas 12 milhões de usuários ativos - cerca de 9 milhões pagantes - em comparação com os 60 milhões de assinantes pagos da Spotify e traz apenas um décimo da receita anual de 3 bilhões de dólares da empresa sueca.
A Deezer, controlada pelo investidor bilionário Len Blavatnik, está colocando dezenas de milhões de euros nesta estratégia de música local, baseada na aposta de que o streaming de música continuará crescendo rapidamente para eventualmente eclipsar todas as outras formas de ouvir música.
Espera-se que o mercado pago de streaming cresça 16 por cento para 28 bilhões de dólares até 2030 em termos de receita anual, de acordo com p Goldman Sachs
A Deezer é a quarta maior empresa de transmissão de música do mundo, por usuários pagos, atrás do Spotify, Apple Music e Amazon.
(Por Sophie Sassard)
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