PwC no Japão nega pressão política em auditoria da Toshiba
TÓQUIO (Reuters) - O chefe da auditoria da PricewaterhouseCoopers Aarata negou nesta segunda-feira que tenha sido pressionado politicamente para assinar o relatório financeiro da Toshiba, um movimento que ajudou a conglomerado japonês em dificuldades a evitar uma saída da bolsa.
A PwC aprovou no início deste mês o relatório financeiro anual da Toshiba com uma "opinião qualificada". Mas também emitiu uma "opinião adversa" separada sobre a governança corporativa, dizendo que a Toshiba estava atrasada em reconhecer perdas com a sua subsidiária da energia nuclear nos Estados Unidos, a Westinghouse.
O raro e divido relatório do auditor ocorreu em um momento sensível para o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Enquanto a Abe apoiou pedidos de governança corporativa e contabilidade mais rigorosas, os analistas disseram que a falência ou a saída da bolsa de uma grande empresa poderia prejudicar ainda mais o governo que já está lutando com baixas taxas de aprovação.
"Não houve nada", disse Koichiro Kimura, presidente-executivo da PwC Aarata, à Reuters em uma entrevista por telefone quando perguntado sobre a pressão política. A PwC substituiu a Ernst & Young ShinNihon como auditora da Toshiba após o conglomerado ter admitido em 2015 a inflação de lucros durante anos.
No relatório anual da Toshiba apresentado no início deste mês, a PwC disse que acreditava que as perdas da Westinghouse, registradas no ano até março de 2017, deveriam ter sido registradas no ano anterior - uma opinião com a qual a Toshiba disse que não estava de acordo.
Se as perdas fossem registradas de acordo com a opinião da PwC, o ano passado teria sido o segundo ano de patrimônio negativo da Toshiba, com passivos superando os ativos. Anos consecutivos de patrimônio negativo são motivos para exclusão da bolsa.
(Por Takahiko Wada)
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