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Agência europeia cita riscos para segurança após proibição de laptops em voos

05/04/2017 16h11

Por Victoria Bryan e Tim Hepher

BERLIM/PARIS (Reuters) - O regulador da aviação da Europa expressou preocupação nesta quarta-feira sobre possível risco de fogo no compartimento de bagagem de aviões de passageiros e pediu novas providências depois que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha proibiram o transporte de computadores na cabine.

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação, responsável pela segurança de voos em 32 países, afirmou que os dispositivos electrônicos pessoais representam um risco de fogo por causa das baterias de lítio e deveriam ser transportados preferencialmente dentro das cabines de passageiros para que quaisquer problemas possam ser identificados e solucionados.

"Quando o transporte de dispositivos eletrônicos pessoais na cabine não é permitido, isso leva a um aumento significativo do número desses dispositivos no compartimento de carga. Algumas precauções devem ser observadas para mitigar o risco de fogo acidental no porão de carga", disse a agência em um boletim de segurança.

Computadores na bagagem despachada devem ser completamente desligados e "bem protegidos contra ativação acidental", acrescentou.

A agência emitiu a orientação duas semanas depois que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha proibiram dispositivos maiores do que um smartphone, incluindo laptops e tablets, nas cabines de passageiros em voos de certos países por causa de riscos de segurança.

A recomendação europeia de segurança não é obrigatória, mas deve reacender debate sobre o alcance e a eficácia das novas regras, que foram criticadas por algumas companhias aéreas.

Especialistas em segurança afirmam que a decisão de colocar dispositivos na bagagem despachada em voos de oito países do Oriente Médio ou do norte da África sugere que Washington tem informação de inteligência de que uma quantidade suficiente de material pode agora ser colocado em um laptop, normalmente disfarçado de bateria, para causar danos catastróficos.

A colocação de tais dispositivos na bagagem despachada os exporia a uma maior triagem e reduziria as chances de que um dispositivo pudesse ser deliberadamente colocado próximo à parede da cabine para melhorar as chances de se derrubar um avião.