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Huawei deve superar Ericsson em equipamentos de telecomunicações

Lee Chyen Yee

Em Hong Kong

03/02/2012 11h54

Quando a Huawei Technologies anunciar seus resultados anuais, em abril, é provável que a companhia chinesa de capital fechado tenha superado a sueca Ericsson como maior vendedora mundial de equipamento para redes de telecomunicações.

Como no caso da fabricante de painéis solares Suntech Power, outra companhia chinesa que se tornou líder mundial mas ainda assim não é muito conhecida do lado de lá da Grande Muralha, a ascensão da Huawei ao topo foi rápida.

E, com a redução no ritmo do investimento mundial em equipamento de telecomunicações -como estações-base que conectam redes-, a Huawei começa a registrar crescimento sério em áreas novas como os celulares inteligentes e o tablet MediaPad.

Em termos mundiais, a Huawei já é a sexta maior vendedora de celulares.

A Huawei foi fundada em Shenzhen, um dos pólos econômicos do sul da China, há apenas 25 anos, pelo presidente-executivo Reng Zhengfei, depois que ele se reformou como oficial do exército em função de uma redução nas maiores forçadas armadas do planeta.

Ren, 68, foi considerado pela revista Fortune como o quinto mais poderoso executivo asiático, em 2011, e começou a carreira ajudando no desenvolvimento de tecnologia militar para o exército, antes de criar a Huawei com um capital inicial de apenas 20 mil iuans (3,2 mil dólares).

O faturamento anual da companhia está projetado em 200 bilhões de iuans (31,7 bilhões de dólares), e cerca de dois terços do total, ou 21 bilhões de dólares, derivam do equipamento para telecomunicações, o que colocará o grupo chinês em vantagem diante das vendas de 19,8 bilhões de dólares em equipamento para redes registradas pela Ericsson em 2011.

A Ericsson, cujo valor de mercado supera os 31 bilhões de dólares, lidera o mercado de equipamento para redes móveis de telecomunicações há pelo menos uma década.

O grupo de pesquisa de tecnologia Gartner estima que o gasto com equipamento de telecomunicações suba a 444 bilhões de dólares neste ano, uma alta de 6,9 por cento, inferior aos 7,7 por cento do ano passado, em função da crise da dívida na Europa e da fraqueza econômica que vem desestimulando o investimento em no setor de tecnologia da informação.

Cerca de dois terços da receita da Huawei vem da venda de equipamento de telecomunicações, um segmento no qual a empresa concorre também com a Nokia Siemens Networks , Alcatel Lucent e ZTE, outra empresa chinesa.