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Por que o iPhone 8, apesar de barato, não compensa mais

iPhone 8 - Lucas Lima/UOL
iPhone 8 Imagem: Lucas Lima/UOL

Rafael Souza

Colaboração para Tilt, de São Luís (MA)

07/08/2023 04h00

Com a proximidade de um novo lançamento da Apple, os aparelhos mais antigos ficam mais baratos, o que atrai a atenção dos compradores. É o caso do iPhone 8. Oferecida por R$ 1,7 mil, a versão plus, na cor dourada e de 256 GB é uma das mais vendidas no Mercado Livre. Outros modelos da mesma linha podem ser encontrados por preços de R$ 1 mil a R$ 1,4 mil.

No entanto, mesmo com valor atrativo —bem abaixo da faixa de R$ 3.999 a 5.399 de quando foram lançados— os iPhones 8 e 8 plus não são as melhores escolhas para quem busca uma experiência de uso prolongada e compatibilidade com aplicativos essenciais.

Com preços menores até do que muitos smartphones Android intermediários, os iPhones 8 e 8 plus se tornaram uma opção acessível para quem sempre desejou um aparelho da Apple.

O que percebemos é que os consumidores estão adquirindo um smartphone Apple pela primeira vez com os iPhones 8 e 7. A marca ainda é uma ótima opção por desvalorizar menos em comparação com os aparelhos Android, devido à grande procura e o valor agregado. Armando Mosin Neto, CEO da Trocafone, startup que atua na compra e venda de smartphones seminovos no Brasil e América Latina

O modelo, no entanto, deixou de valer a pena, devido a evoluções tecnológicas e decisões de mercado promovidas pela Apple.

Em primeiro lugar, o modelo está na lista dos aparelhos que deixarão de receber atualizações do sistema operacional a partir deste ano. Anunciado em junho, o novo iOS 17 não rodará nos iPhones 8, 8 plus e X.

Isso significa que aplicativos como WhatsApp, Facebook, Instagram e outros podem deixar de funcionar corretamente e atualizações de segurança deixarão de ser recebidas pelos aparelhos.

A percepção de que os celulares estão prestes a ficar obsoletos já vem se refletindo no comportamento de consumidores. Levantamento da OLX a que Tilt teve acesso mostra que as vendas do iPhone 8 despencaram 44,2% no 1º semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022.

De janeiro a junho, as vendas do iPhone 13 cresceram 9.9%.

No Mercado Livre, o iPhone 8 de 64 GB, vendido por até R$ 1.168, também está ficando para trás e perdendo espaço para os iPhones XR, 11 e 12 com a mesma capacidade de armazenamento.

"Destaco o processador, a câmera e a tela que possuem atributos bem atualizados no iPhone 11. O modelo ainda vai aceitar a atualização do iOS 17, o que garante mais tempo de vida útil e tira a necessidade de trocar de aparelho tão cedo", comenta Armando Mosin.

A bateria é outro ponto que depõe contra o iPhone 8. Demétrio Antônio da Silva Filho, professor do Instituto de Física e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília, explica que as atuais baterias de lítio têm uma sobrevida mais longa que as antigas, mas, ainda assim, possuem um número limitado de recargas.

Caso esteja com capacidade em torno de 80%, é sinal de que ela já está desgastada pelo tempo de uso, o que pode resultar em um tempo de autonomia menor.

Funciona assim, conta professor: a bateria irá suportar um número determinado de recargas até sua capacidade ser desidratada (ou seja, permitir que o celular esteja ligado por cada vez menos tempo e precise ser carregado com frequência maior).

A Apple, por exemplo, garante 500 ciclos antes que a capacidade de carga original seja degradada para 80%. E ciclo não é necessariamente quando a bateria é carregada completamente.

Se você recarregar a bateria de qualquer ponto até 100%, isso já é um ciclo de carga. Pensando na recarga de uma vez por dia, 500 recargas não chegam a um ano e meio. Ou seja, um celular típico com um ano e meio de uso pode já ter uma bateria com uma capacidade de carga 20% reduzida. Mas isso é um celular típico. Imagine o celular de alguém que o utiliza intensamente e que realiza diversas cargas durante o dia? Por isso a compra de celulares usados deve levar em conta a questão da bateria. Demétrio Antônio da Silva Filho, da UnB

Isso quer dizer que, se o usuário faz uso intensivo de internet móvel, câmera ou passa longos períodos vendo vídeos, a bateria pode ter uma saúde ainda mais desgastada.

Se evitar a compra do iPhone 8 não for uma opção, é possível adotar alguns recursos para aumentar a durabilidade da bateria. Algumas dicas úteis são:

  • Reduzir o brilho da tela
  • Desativar notificações desnecessárias
  • Fechar aplicativos em segundo plano
  • Ativar o modo de economia de energia
  • Atualizar os apps
Errata: este conteúdo foi atualizado
A imagem anterior da publicação era de um iPhone XR, não de um iPhone 8. A foto de destaque do texto foi alterada.