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A noite virou dia: meteoro 'superbólido' explode sobre o RS; veja vídeos

De tão grande, meteoro foi visto nos céu de pelo menos 21 cidades brasileiras, em quatro estados - Observatório Espacial Heller & Jung
De tão grande, meteoro foi visto nos céu de pelo menos 21 cidades brasileiras, em quatro estados Imagem: Observatório Espacial Heller & Jung

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

29/11/2022 13h39

Um grande meteoro cruzou os céus do Rio Grande do Sul, explodindo sobre a cidade de Erechim (RS), às 3h48 desta segunda-feira (28). É o maior meteoro registrado na região desde outubro de 2020.

Por ser tão grande, brilhante e explosivo, foi classificado como um "superbólido" por astrônomos.

Ele brilhou mais que a Lua cheia, a uma magnitude -12 (quanto mais negativo este número, entre +30 e -27, mais luminoso), clareando a madrugada — "virou dia" por alguns instantes.

A rocha espacial entrou na atmosfera da Terra a uma altitude de 124,8 km. Sua passagem durou 1,8 segundo, até explodir devido ao atrito com o ar e se desfazer. Não há registro de fragmentos em solo (meteoritos).

O momento foi flagrado por diversas câmeras do Observatório Espacial Heller & Jung, em Taquara (RS). Veja as belíssimas imagens:

Segundo o professor Carlos Fernando Jung, proprietário do observatório e diretor da Região Sul da Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), o superbólido faz parte da chuva de meteoros "November eta Virginids", ativa nesta época na região da constelação de Virgem.

De tão grande, ele foi visto nos céu de pelo menos 21 cidades brasileiras, em quatro estados: Bento Gonçalves, Canela, Caxias do Sul, Farroupilha, Gramado, Nova Petrópolis, Portão, Taquara e Vacaria (RS); Balneário Gaivota, Chapecó, Meleiro, Monte Castelo, Morro Grande, Tangará, Timbé do Sul e Turvo (SC); Araçoiaba da Serra, Olímpia e São José dos Campos (SP); São José dos Pinhais (PR).

Outras câmeras de monitoramento, da Bramon e do site meteorológico Clima ao Vivo, também capturaram o momento de sua passagem e explosão:

Meteoro, fireball ou bólido?

Quando uma pequena rocha espacial (também chamada de meteoroide) atinge a atmosfera da Terra em altíssima velocidade, o atrito com o ar provoca o aquecimento e ionização dos gases ao seu redor, gerando o fenômeno luminoso que chamamos de meteoro — as populares "estrelas cadentes".

Dependendo de sua intensidade e comportamento, um meteoro pode ser "elevado" à categoria de fireball (bola de fogo) ou de bólido. O primeiro, como o nome diz, é bem grande e brilhante; o segundo, também muito luminoso, deixa uma trilha ionizada duradoura, explodindo no final.

Ambos são causados por algum fragmento de rocha um pouco maior do que aquele que geraria um meteoro "comum". Mesmo assim, são inofensivos: na maioria das vezes, a rocha é completamente vaporizada durante sua passagem pela atmosfera.

Dependendo de certas condições — como tamanho, composição e ângulo de entrada —, pequenas partes do meteoroide podem sobreviver ao processo, deixando fragmentos em solo, que recebem o nome de meteoritos.