Topo

Black Friday: veja como reconhecer um boleto falso e evitar golpes

Antes de pagar, fique atento ao CNPJ, valor, código de banco e outros detalhes do boleto - tommaso79/iStock
Antes de pagar, fique atento ao CNPJ, valor, código de banco e outros detalhes do boleto Imagem: tommaso79/iStock

Rosália Vasconcelos

Colaboração para Tilt, do Recife

16/11/2022 04h00

O golpe do boleto falso é um dos mais comuns entre crimes digitais. Em épocas de grande movimentação do varejo - como na Black Friday - criminosos se aproveitam para lançar milhares de guias de pagamento fraudulentos na intenção de fisgar os desavisados.

Para se ter ideia da proliferação desse tipo de fraude, anualmente uma média de 450 milhões de boletos falsos são retirados de circulação, de acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Ainda assim, continuam fazendo muitas vítimas.

Há uma explicação: grandes vazamentos de dados tornam públicos detalhes sobre o perfil financeiro e de consumo das pessoas. Informações como salário, score do Serasa, tipos de serviços digitais contratados são uma verdadeira mina de ouro para bandidos.

Esses dados permitem a criação de boletos falsos com uma roupagem verídica, a partir de informações muito próximas da realidade dos cidadãos, dificultando recair suspeitas sobre o documento fraudulento.

Envio de contas de telefone e internet são o mais comum. Mas em épocas de Black Friday, aumenta a recorrência de boletos de compras não realizadas ou feitas em sites falsos. Logo, o consumidor vai achar que está pagando a uma loja virtual quando na verdade estará transferindo dinheiro para um golpista. E nunca receberá seu produto.

Veja como identificar um boleto falso

Atente-se ao nome e CNPJ do favorecido/destinatário

Empresas idôneas possuem CNPJ e contas bancárias vinculadas às suas respectivas pessoas jurídicas. Logo, no campo destinatário aparecerá a razão social da empresa e não o nome de uma pessoa física (a menos que você esteja comprando a uma pessoa física). O CNPJ também deve aparecer no documento.

Confirme o endereço da empresa

Boletos precisam conter o endereço oficial da empresa. Se houver mais de uma loja, será o da matriz. Confira no site oficial da companhia e nos aplicativos de mapa se de fato aquela empresa está sediada no endereço que aparece no boleto.

Muitos criminosos abrem empresas fantasmas para ter CNPJ e conta bancária de pessoa jurídica. Mas o endereço comercial registrado é de uma residência, um coworking ou até de uma empresa totalmente diferente.

Confira o valor do boleto

Muitas pessoas acabam pagando sem conferir o valor do documento, sob o risco de serem lesadas. Por exemplo, o produto adquirido custa R$ 20,17 e no boleto aparece R$ 2.017. Entre em contato com os canais oficiais da empresa (serviço de atendimento ao consumidor) ou site oficial digitado no campo do endereço eletrônico (não no buscador).

Confira o código do banco

Todo banco possui um código de três números, que são os primeiros da sequência numérica do código de barras (linha digitável). Eles representam o código do banco para onde o dinheiro será transferido. Se houver divergências entre o nome do banco e o código, não é bom sinal.

Faça o 'cara-crachá'

Verifique se os dados apresentados no boleto são os mesmos que aparecem na tela do aplicativo do banco ou do caixa no momento do pagamento. Muitos golpistas profissionais editam o código de barras de um boleto verdadeiro para que o dinheiro caia na conta de terceiros.

Verifique o endereço de email

Empresas idôneas possuem endereços oficiais para envio de boletos (nada de "gmail" ou "hotmail", por exemplo). Confira se o email recebido não possui qualquer alteração, como inclusão ou exclusão de apenas uma letra, um número ou até mesmo do ".br".

Se puder, faça download do documento diretamente no site da instituição ou da empresa. Evite usar os que chegam por email.

Escaneie o código de barras

Golpistas podem adulterar a sequência numérica do código de barras. Ou até mesmo editar as barras pretas do código. Prefira escanear a representação gráfica do que digitar a sequência de números. Documentos fraudulentos costumam apresentar problemas nessa codificação. A sequência numérica impressa (ou do arquivo digital) também deve ser a mesma que aparece na tela do app do banco ou do caixa.

Fique de olho no bom português

Muitos golpistas são letrados em tecnologia mas não no português. Desconfie se houver palavras escritas de maneira errada, na gramática ou na ortografia; letras a mais ou a menos; espaços demais entre uma palavra e outra; etc.

Evite imprimir boletos

Existe um vírus chamado bolware que altera o valor e o destinatário do boleto no momento em que se abre o documento para imprimir. Ter um bom programa antivírus pode ajudar a bloquear esse tipo de ação.