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Cientistas propõem transformar prédios em grandes baterias

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Cláudio Gabriel

Colaboração para Tilt*, do Rio de Janeiro

02/06/2022 12h03Atualizada em 03/06/2022 10h49

Cientistas de Viena, na Áustria, desenvolveram um sistema capaz de aproveitar a altura de arranha-céus para gerar energia em uma espécie de bateria movida à gravidade.

De acordo com os pesquisadores Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados, o processo usa o deslocamento dos elevadores já existentes nos prédios. Com isso, os edifícios conseguem reduzir a dependência de uma rede central de eletricidade, tornando a energia mais sustentável.

Como funciona?

O sistema criado pelos cientistas foi chamado LEST (Lift Energy Storage Technology —algo como Tecnologia de Armazenamento de Energia e Elevação).

Enquanto os elevadores não são usados pelas pessoas, esse sistema os utilizaria para mover recipientes de areia molhada ou outros materiais de alta densidade em uma dinâmica de troca de pesos.

Dispositivos autônomos (como robôs) fariam o papel de transportar os materiais para dentro e fora do elevador. E a energia seria gerada a partir dessa mudança de altitude — do fundo do prédio até o seu topo— e armazenada em um gerador.

Estudo propõe prédios como grandes baterias de gravidade; LEST, ou Lift Energy Storage Technology (Tecnologia de Armazenamento de Energia e Elevação). - Divulgação - Divulgação
Estudo propõe prédios como grandes baterias de gravidade
Imagem: Divulgação

Julian Hunt, pesquisador e autor do estudo publicado na revista Energy, afirmou em um comunicado que a ideia do LEST surgiu ao longo de sua experiência subindo e descendo de elevador após ter se mudado para o 14º andar de um prédio.

"Sempre fui fascinado por temas que envolvem energia potencial, ou seja, geração de energia com mudança de altitude, como hidrelétricas, bombeamento, flutuabilidade e armazenamento de energia por gravidade", destacou.

Para Benham Zakeri, coautor do estudo, tecnologias de armazenamento sustentáveis e flexíveis, como o LEST, "devem se tornar cada vez mais valiosas para a sociedade em um futuro que grande parte de sua eletricidade vem de fontes renováveis."

Desafios para implantação

O maior desafio no momento é o custo da capacidade de energia. Os pesquisadores encontraram um jeito de fazer o sistema funcionar, mas ainda não é possível sua implantação em larga escala. Mais testes precisam ser feitos.

Além disso, para transformar os arranha-céus em baterias gigantes, é preciso que os cientistas descubram onde os pesos do sistema ficarão armazenados no topo do prédio de um jeito seguro e eficientepara que os tetos não desmoronem.

*Com informações do site Futurism