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Após 40 anos sem mudar, Nasa seleciona novos trajes para viagens ao espaço

Ilustração mostra dois astronautas durante caminhada em solo lunar - Nasa
Ilustração mostra dois astronautas durante caminhada em solo lunar Imagem: Nasa

Cláudio Gabriel

Colaboração para Tilt, no Rio de Janeiro

01/06/2022 18h09

Os astronautas da Nasa (agência espacial dos EUA) estão prestes a ganharem roupas novas para missões fora de aeronaves. A agência espacial anunciou nesta quarta-feira (1º) que selecionou as empresas Axiom Space e Collins Aerospace como responsáveis pelo design dos novos trajes espaciais, que vão substituir opções que são usadas há 40 anos.

Elas serão usadas na ISS (Estação Espacial Internacional), no programa Artemis (missão que voltará a enviar humanos à Lua) e, até mesmo, em uma possível ida para Marte. O objetivo é que os primeiros trajes já estejam prontos para uso na missão Artemis 3, prevista para 2025.

A escolha das empresas foi feita através de diversas demandas apresentadas pela agência espacial, como facilidade no deslocamento dos astronautas e a durabilidade dos trajes.

A executiva do programa de atividade extraveicular e de mobilidade no espaço da Nasa, Lindsay Aitchison, destaca que "os trajes espaciais sempre representaram um problema nas viagens, e agora eles serão uma peça-chave".

Recentemente, a Estação Espacial Internacional teve de interromper caminhadas espaciais devido a problemas de vazamento em trajes, o que poderia representar um acidente fatal com um astronauta durante uma rotina de manutenção. A Nasa utiliza os mesmos trajes há pelo menos 40 anos.

Dentro do projeto, não serão desenvolvidas somente as roupas, mas também todo um sistema de apoio aos pilotos fora da órbita. "Ao fazer esta parceria com a indústria, estamos avançando com eficiência a tecnologia necessária para manter os americanos em um caminho de descoberta bem-sucedida na Estação Espacial Internacional e à medida que nos concentramos em explorar a superfície lunar", disse Vanessa Wyche, diretora do Johnson Space Center da Nasa, durante anúncio.

A duração do contrato é até 2034. Antes dele ser fechado, as empresas tiveram que mostrar algumas das ideias de design. Os parceiros serão os donos dos trajes espaciais e são incentivados a explorar outras aplicações comerciais não pertencentes à Nasa.

O objetivo é que não seja apenas para uso do Governo dos Estados Unidos, podendo também ser comercializada em outros programas de exploração do Espaço.

Especialistas da Nasa vão ser os definidores de padrões técnicos e seguranças para a forma como os trajes serão construídos. As empresas escolhidas deverão sempre atender o que for pedido.

Todos os equipamentos serão produzidos em Houston, no Texas, onde está a Johnson Space Center. Eles devem pesar por volta de 54 quilos, de acordo com projeções iniciais. Ainda não há um prazo para quando eles estarão prontos, e ainda não há uma prévia do design.

O programa Artemis

A maior expectativa do uso desses novos trajes é para o projeto Artemis. Serão várias missões de exploração fora da Terra, em que a terceira tem como objetivo levar humanos de volta à Lua.

Nessa missão, haverá o pouso da primeira mulher e primeira pessoa negra na superfície lunar. Os astronautas deverão ficar semanas ou meses por lá. A ideia é que essas missões se tornem anuais a partir de 2027.

As roupas deverão ajudar especialmente na mobilidade e no contato com o centro de controle na Terra. Será um grande teste antes da maior finalidade dos próximos anos da Nasa, que é chegar até Marte

"Estamos ansiosos para usar esses serviços para a presença contínua da Nasa na órbita baixa da Terra e nossa próxima conquista de retornar astronautas americanos à superfície da Lua. Estamos confiantes de que nossa colaboração com a indústria e alavancar a experiência da Nasa adquirida em mais de 60 anos de exploração espacial nos permitirá alcançar esses objetivos juntos", completa o vice-administrador associado da divisão de desenvolvimento de missão Artemis da Nasa, Mark Kirasich.