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Nasa defende que devemos estar preparados para descobrir vida fora da Terra

Defesa para que estejamos prontos ao encontrar vida extraterrestre foi feita em artigo por cientistas da Nasa - Reprodução/ Ian Beckley/ Pexels
Defesa para que estejamos prontos ao encontrar vida extraterrestre foi feita em artigo por cientistas da Nasa Imagem: Reprodução/ Ian Beckley/ Pexels

De Tilt, em São Paulo

28/10/2021 19h13Atualizada em 28/10/2021 19h13

Cientistas da Nasa recomendam que a população, em especial a comunidade científica, seja instruída sobre como agir em caso de detecção de seres vivos de outros planetas e galáxias. Em artigo publicado na revista científica Nature, os profissionais alegam que, apesar de não haver, até agora, nenhuma evidência de vida extraterrestre, isso não significa que não devamos estar preparados.

"Nossa geração pode ser a que vai descobrir evidências de vida fora da Terra", pontuou a equipe, liderada pelo cientista da agência James Green. "Com esse privilégio em potencial, vem a responsabilidade", afirma.

Segundo eles, é preciso entender que há nuances que ainda não compreendemos e que vamos nos deparar com becos sem saída em algumas pesquisas e que tudo isso é esperado, especialmente porque o assunto não pode ser considerado na base apenas do "sim e não" e exige uma flexibilidade do pensamento atual. "Na história, houve muitas alegações de vida fora da Terra, que mais tarde foram provadas como ambíguas, quando consideradas apenas em termos binários", defendem.

A possibilidade de vida fora da Terra é seriamente considerada, por isso, a preocupação em abrir o diálogo público diante do que pode acontecer. "Estabelecer as melhores práticas para a comunicação sobre detecção de vida pode servir para definir expectativas razoáveis nos estágios iniciais de um empreendimento extremamente desafiador, atribuir etapas incrementais ao longo do caminho e construir a confiança pública", diz o artigo.

Eles ressaltam ainda ser improvável que a descoberta de vida alienígena pela humanidade seja um evento de "tudo ou nada", pelo contrário, a probabilidade é de que essa detecção seja feita em um processo longo e evolutivo de investigação, além de descoberta científica — e quanto mais cedo todos entenderem isso, melhor.

"Qualquer que seja o resultado do diálogo, o que importa é que ele ocorra. Ao fazê-lo, só podemos nos tornar mais eficazes na comunicação dos resultados do nosso trabalho e a maravilha associada a ele".

O artigo defende a que o assunto seja tratado abertamente e propõe um diálogo inicial sobre o assunto, sem, no entanto, definir métricas, escalas científicas ou instruções para o caso de detecção ou encontros com vida extraterrestre.