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Meteoro brilha por 12s no RS e bate recorde, em semana com 5 avistamentos

Imagem do Observatório Espacial Heller & Jung mostra momento em que um meteoro "fireball" explode sobre Caxias do Sul, na Serra Gaúcha - Reprodução/Facebook/Observatório Espacial Heller & Jung
Imagem do Observatório Espacial Heller & Jung mostra momento em que um meteoro 'fireball' explode sobre Caxias do Sul, na Serra Gaúcha Imagem: Reprodução/Facebook/Observatório Espacial Heller & Jung

Colaboração para o UOL, em Santos

31/08/2021 14h53

Pelo menos cinco meteoros foram registrados nos últimos dias por órgãos de monitoramento em vários estados do País, sendo que um deles bateu um "recorde" pela duração da sua visibilidade.

No sábado à noite, um bólido (meteoroide que explode em contato com a atmosfera) que explodiu sobre o Piauí pode ter deixado fragmentos no solo, numa região próxima à cidade de Valença. Já no Rio Grande do Sul, um meteoro foi registrado cruzando o céu por 12 segundos, o mais longo período já registrado por lá.

Dois meteoros no Rio Grande do Sul

O Observatório Espacial Heller & Jung, registrou na noite de segunda-feira um meteoro cuja trajetória durou cerca de 12 segundos. O professor Carlos Fernando Jung, diretor do observatório, informou que essa foi a trajetória mais longa de um meteoro já registrada pelo Heller & Jung no Rio Grande do Sul.

O segundo corpo celeste foi avistado na madrugada desta terça-feira. Um "fireball" (meteoro de brilho de alta intensidade), com magnitude -6,7, flagrado na região de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Pelas análises feitas pelo Observatório, o fenômeno entrou na atmosfera a 100 km de altitude e explodiu a 82 km. Sua trajetória durou menos de um segundo.

No Piauí

A passagem do meteoro sobre o Piauí foi registrada por 8 câmeras do Clima ao Vivo em Pernambuco, Paraíba, Bahia e no Ceará. Nas redes sociais e em grupos de mensagens, observadores informaram ter visto um clarão no céu, seguido por um forte barulho de explosão em algumas cidades da região Nordeste.

A partir das análises das imagens, a Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) calculou a trajetória do meteoroide através da atmosfera. Segundo os pesquisadores, o meteoroide atingiu a atmosfera da Terra em um ângulo de 35,3°, em relação ao solo, e começou a brilhar a 67,3 km de altitude sobre a Zona Rural de Pimenteiras (PI).

Depois ele seguiu a 60,2 mil km/h, percorrendo 74,7 km em 4,5 segundos, e desapareceu a 24,1 km de altitude, sobre o município de Lagoa do Sítio, também no Piauí.

De acordo com as análises preliminares feitas pela Bramon, é possível que parte do meteoroide não tenha sido completamente consumida em sua entrada na atmosfera. Por essa razão, existe a possibilidade de que fragmentos de meteoritos tenham chegado ao solo na região próxima ao município de Valença (PI).

Explosão em Santa Catarina

Ainda no sábado, por volta das 22h30, outro bólido iluminou os céus em Santa Catarina, sendo registrado pelo Observatório Heller & Jung, de Taquara (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, sobre a cidade de Otacílio Costa (SC), a 257 km da capital gaúcha.

O astro penetrou a atmosfera terrestre a uma altitude 91,4 quilômetros e, ao longo de apenas 1,4 segundos, percorreu 14,5 quilômetros em direção ao solo antes de explodir. Ele tinha a magnitude, ou seja, brilho aparente, igual a -4,8, o que é o suficiente para que seja considerado um bólido.

Na noite de domingo, a queda de um meteoro de alta magnitude foi registrada pela estação de monitoramento de Monte Castelo, em Santa Catarina, por volta das 21h20. Apesar do céu bastante nublado em Monte Castelo, foi possível avistar o bólido surgindo através das nuvens.

Pelo menos três pessoas relataram o fenômeno através da ferramenta de reportes da Bramon, em Chapecó, Concórdia e Joaçaba. O segmento do trajeto que foi registrado pela estação de Monte Castelo durou menos de 1 segundo. Segundo uma das testemunhas, porém, o brilho teria sido visto por mais de 6 segundo, um indicativo de que ele pode ter cruzado o estado de SC. Segundo os relatos, o objeto teria se fragmentado durante a entrada na atmosfera.