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Atrás da Samsung, Xiaomi avança em vendas de celulares e passa Apple

Sede da Xiaomi em Pequim - Divulgação
Sede da Xiaomi em Pequim Imagem: Divulgação

Cláudio Gabriel

Colaboração para Tilt, no Rio de Janeiro

16/07/2021 13h07Atualizada em 16/07/2021 19h03

Alô, fãs da Xiaomi! A marca chinesa assumiu a segunda posição entre as maiores vendedoras de celulares do mundo, ultrapassando a Apple. O dado se refere ao segundo trimestre de 2021 (de abril até junho) e foi revelado pela empresa de análise de mercado Canalys.

A Xiaomi ficou com 17% do mercado, contra 14% da proprietária do iPhone. O primeiro lugar fica ainda com a Samsung, fabricante de 19% dos aparelhos mais comercializados. Completam as primeiras colocações as também chinesas Oppo e Vivo, com 10% cada.

O começo do ano foi de intenso crescimento para a Xiaomi, que viu suas vendas subirem 83%. Para se ter uma ideia, nesses mesmos três meses, a Oppo foi a segunda que mais conquistou novos consumidores, aumentando 28%. Perdendo o antigo segundo lugar, a Apple amargurou apenas 1% de crescimento.

O aumento da vacinação e circulação de pessoas pelo mundo ajudou também as vendas de celulares em geral a se expandirem em 12%.

Comparado ao segundo trimestre de 2020 (quando houve uma queda de 14%), o cenário se mostra positivo. Na época, apenas a Apple conseguiu crescer (era terceiro lugar). A também chinesa Huawei ocupava o posto principal, com a Samsung em segundo e a Xiaomi em quarto.

Mas por quê?

O gerente de pesquisa da Canalys, Ben Stanton, destaca o "rápido crescimento de negócios no exterior" como principal motivo do destaque da Xiaomi. As vendas cresceram 300% na América Latina, 150% na África e 50% na Europa Ocidental, por exemplo.

Stanton ainda afirma que o preço médio de produtos Xiaomi é "de 40% e 75% mais barato", em comparação a Samsung e Apple, respectivamente, como um diferencial.

"Uma das principais prioridades da Xiaomi nesse ano é aumentar as vendas de seus dispositivos top de linha, como o Mi 11 Ultra. Mas será uma batalha difícil, com Oppo e Vivo compartilhando o mesmo objetivo, e ambos dispostos a gastar muito em marketing acima da linha para construir suas marcas, de uma forma que a Xiaomi não está preparada", continua.

"A Xiaomi já tem os olhos postos no próximo prêmio: substituir a Samsung para se tornar o maior fornecedor do mundo."

O levantamento da Canalys ainda aponta que as fabricantes de celulares estão correndo atrás do fornecimento de peças em meio à crise de escassez de chips no mercado. Inicialmente, isso ainda não seria motivo de preocupação, mas pode se tornar daqui para frente.

Para o alto e avante

Em um momento que a China parece já se recuperar bem da pandemia de covid-19, a Xiaomi aproveita o espaço para crescer. No início desse mês, a empresa levantou US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) em crédito para realizar investimentos.

Grande parte desse dinheiro foi adquirido por meio de empréstimos com vencimentos até 2031, de acordo com reportagem do site de notícias americano 'CNBC'.

Além disso, em maio deste ano, a chinesa ainda anunciou uma marca própria para fabricação e venda de carros elétricos. No mesmo mês, a Xiaomi ainda foi removida da lista de "empresas proibidas" do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, permitindo que ela volte a fazer negócios nos EUA - situação que pode ajudar ainda mais a companhia a crescer mundialmente.