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Filhos do Sol: afinal, o que são planetas e por que eles orbitam estrelas?

Pixabay
Imagem: Pixabay

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt

29/10/2020 04h00

Sem tempo, irmão

  • Planetas se formam da nuvem de gás e poeira que orbitam uma protoestrela
  • Há mais de 4.100 planetas mapeados, número que só cresce
  • Existem dois tipos de planetas: rochosos e gasosos
  • A cor deles depende da composição química do solo e da atmosfera
  • A Terra é azul porque nossa atmosfera é rica em em nitrogênio e oxigênio
  • Planetas morrem e o nosso deve ser engolido pelo Sol em 5 bi de anos

Eles têm várias cores, tamanhos e composições e, geralmente, orbitam uma estrela. O que pouca gente sabe é que os planetas, na verdade, têm sua formação intimamente ligada às estrelas.

Na maioria dos casos, o seu surgimento tem início quando as estrelas então em processo de formação. Nesse momento, uma nuvem de gás e poeira orbita ao redor dessa protoestrela —a isso chamamos de disco circunstelar. Por meio dessa aglomeração de materiais, parte do material desse disco acaba se aglutinando em pedaços cada vez maiores. Com o tempo, essas partes crescem a ponto de virarem planetas.

É justamente por se formarem a partir desse disco que os planetas se encontram distribuídos em um plano que coincide com "a linha do equador" da estrela, ou seja: perpendicular ao eixo de rotação da estrela.

Por causa dessas características e da existência de um número massivo de estrelas por todo o universo, planetas não são exclusividade do Sistema Solar, obviamente. Atualmente, há mais de 4.100 planetas mapeados, mas esse número cresce a cada semana.

Além dos que orbitam uma estrela, há casos raros chamados planetas interestelares. Por alguma perturbação gravitacional, estes deixam de orbitar uma estrela. Neste caso, a órbita destes corpos ocorre em relação à própria galáxia.

Do que são formados

De forma geral, há dois tipos fundamentais de planetas: os rochosos, também chamados de telúricos, e os gasosos, ou jovianos. Como exemplo de rochosos, temos a Terra, Mercúrio, Vênus e também Marte. Já os gasosos incluem Júpiter e Saturno e gigantes de gelo como Urano e Netuno.

Além deles, há os chamados planetas anões. No Sistema Solar, o exemplo mais famoso é Plutão, mas há outros. Como Ceres, que fica entre Marte e Júpiter, e Éris e Sedna, ambos situados além da órbita de Plutão.

Já a sua composição pode variar bastante. A Terra, por exemplo, tem sua composição baseada em silicatos. Já Marte tem bastante ferro em seu solo.

A cor dos planetas

A Terra é azul porque sua atmosfera é rica em nitrogênio e oxigênio - AFP/Nasa/Divulgação - AFP/Nasa/Divulgação
A Terra é azul porque sua atmosfera é rica em nitrogênio e oxigênio
Imagem: AFP/Nasa/Divulgação

A composição química do solo e da atmosfera determinam a cor do planeta. Marte, por exemplo, tem visual avermelhado devido à presença abundante de óxido de ferro em sua superfície, além de uma atmosfera de baixa densidade. Vênus, por sua vez, tem uma atmosfera extremamente densa e composta, principalmente, por dióxido de carbono. Daí vem sua cor amarelada.

A Terra, por sua vez, tem atmosfera rica em nitrogênio e oxigênio, gases que refletem o espectro azul da luz do Sol —o que explica vermos o céu com esta cor a partir da superfície. Pelo mesmo motivo, justifica o planeta parecer uma esfera azul quando visto do espaço.

Nos planetas gasosos, a cor é afetada pela composição, densidade e temperatura dos gases da atmosfera, o que acaba causando manchas como as vistas em Júpiter.

Como planetas morrem

Assim como ocorre com as estrelas, planetas também têm um ciclo de existência, mas ao contrário das "usinas de energia" do universo, eles dependem de fatores externos para "morrerem".

O principal desses fatores é o estágio do ciclo de existência das estrelas. Quando elas estão próximas da "morte", elas aumentam de tamanho, engolindo os planetas que estão próximos. Além disso, essa alteração perturba o sistema estelar como um todo.

É exatamente isso que ocorrerá com o Sol em cerca de 5 bilhões de anos. Uma verdadeira sentença de morte não apenas para a estrela, mas também para o nosso planeta, cujo destino é virar churrasco antes que a gente consiga ver a nossa estrela "apagar".

Fonte: Roberto D. Dias da Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo