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Astrônomos do Reino Unido acreditam ter encontrado a borda da Via Láctea

A Via Láctea em todo seu esplendor pode ser vista imagem de 360° em alta resolução feita pelo projeto GigaGalaxyZoom, da ESO, em 2009 - Divulgação/ESO
A Via Láctea em todo seu esplendor pode ser vista imagem de 360° em alta resolução feita pelo projeto GigaGalaxyZoom, da ESO, em 2009 Imagem: Divulgação/ESO

De Tilt, em São Paulo

24/03/2020 10h00

Quando se está dentro de algo, é muito difícil dizer exatamente o tamanho dele, como a Via Láctea, por exemplo. Sendo assim, nossas estimativas se baseiam em medições de distância a objetos nos arredores do espaço. Mas, recentemente, astrônomos do Reino Unido acreditam ter encontrado a borda da Via Láctea e a pesquisa foi divulgada no arXiv.

Uma estimativa baseada nos dados de mapeamento do satélite Gaia no ano passado resultou em um diâmetro de cerca de 260.000 anos-luz. Mas, a influência gravitacional e a densidade da Via Láctea se estendem para mais longe do que o espaço delimitado.

Em um novo estudo da Royal Astronomical Society, a astrofísica Alis Deason, da Universidade de Durham, revelou um diâmetro de 1,9 milhão de anos-luz.

A influência gravitacional adicional que dá um empurrão nessa rotação é interpretada como vinda da matéria escura —um espaço esférico do material que envolve o disco galático. Mas, como não podemos detectar diretamente a matéria escura, temos que deduzir sua presença com base em como ela afeta as coisas ao seu redor. Então, foi isso que Deason e sua equipe fizeram.

Primeiro, eles realizaram simulações cosmológicas de alta resolução de matéria escura das galáxias da Via Láctea, isoladamente e equivalente a um pequeno grupo de galáxias com cerca de 9,8 milhões de anos-luz de diâmetro, para o qual a Via Láctea pertence.

Usando programas de simulação, a equipe modelou o espaço da matéria escura da Via Láctea, observando a velocidade dos objetos que se movem pela galáxia e a densidade para tentar definir a borda da matéria escura.

Ao final da experiência e após a comparação com um banco de dados de observações de galáxias menores, chegou-se ao número de pouco mais de 1,9 milhão de anos-luz.

Essa distância ainda pode, e deve, ser refinada, já que não era o foco principal da pesquisa, mas ajuda a impor restrições importantes à Via Láctea e poderia ser usada para encontrar os limites de outras galáxias.

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