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Estudante dos EUA inventa candidato, e Twitter dá selo de conta verificada

Edifício do Capitólio, em Washington - YURI GRIPAS
Edifício do Capitólio, em Washington Imagem: YURI GRIPAS

De Tilt, em São Paulo

28/02/2020 18h25

Um aluno do ensino médio criou um falso candidato ao Congresso Americano para as eleições de 2020 e o Twitter concedeu o selo de verificação para a conta.

Andrew Waltz é o nome da invenção do adolescente. O fake se vende como republicano do estado americano de Rhode Island e usa a frase "Vamos promover mudanças em Washington juntos" como principal plataforma de campanha.

O selo de verificação do Twitter é o modo que a rede social encontrou para informar aos seus usuários quais políticos, artistas, jornalistas e empresários são contas verdadeiras ou não. O mecanismo faz parte da estratégia da empresa para colaborar com o combate à disseminação de informações falsas na eleição e, assim, ajudar os eleitores a encontrar as fontes verdadeiras.

O Twitter tem se esforçado para conseguir verificar a conta de todos os candidatos às eleições primárias do Estados Unidos.

"A criação de um candidato fake viola nossas regras e a conta já foi suspensa permanentemente", declarou o porta-voz do Twitter à emissora americana de televisão CNN. O Twitter declarou ainda ter verificado 1.500 contas de candidatos às eleições americanas deste ano.

Enquanto um estudante de ensino médio consegue verificação no Twitter para um candidato fake, políticos reais têm visto suas campanhas serem prejudicadas por não obterem a validação da plataforma.

A candidata Jannquell Peters, que concorre nas primárias democratas do estado da Georgia, disse à CNN que sua candidatura ainda não conseguiu o selo de verificação no Twitter, muito embora já tenho recorrido várias vezes à plataforma desde dezembro.

Peters também confessou que não ter uma conta verificada pelo Twitter pode fazer com que menos pessoas façam doações à sua campanha.

Como ele criou o fake

O estudante que criou o candidato falso foi mantido em sigilo pela CNN por não ter atingido a maioridade ainda.

Ele aprendeu sobre a interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016 e resolveu testar os mecanismos de verificação do Twitter contra candidatos falsos. Entediado com o recesso de fim de ano, ele criou um perfil na rede social, um site para Waltz e um perfil na Ballotpedia —site americano que se coroa como uma enciclopédia de políticos americanos.

A página de Waltz no Twitter tinha apenas dez seguidores e, mesmo assim, conseguiu a verificação —o que comprova a teoria do estudante que nem sequer tentou impulsionar a conta do candidato fake.

Segundo ele, bastam poucos passos de verificação de identidade para prevenir casos como esse. "Eu quero que o Twitter tenha sucesso. Eu amo o Twitter. Eu acho que é uma plataforma ótima em que eu aprendi muita coisa", disse.

O adolescente usou um site que cria fotos humanas falsas bastante realistas e colocou a imagem de Waltz em todos os portais. Segundo ele, nem o Twitter nem a Ballotpedia pediram qualquer tipo de comprovação de identidade.

Em declaração à CNN, a Ballotpedia admitiu o erro e já indica em seu site que Andrew Waltz pode não ser um candidato real.

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