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Maioria dos brasileiros não sabe identificar fake news; estudo provou isso

Pixabay
Imagem: Pixabay

De Tilt, em São Paulo

13/02/2020 13h15

Uma pesquisa desenvolvida mostrou que 70% dos latinos não sabem identificar ou não têm certeza se conseguem diferenciar o que é fake news, ou não. Os brasileiros ficaram em 6º lugar entre os demais países, com 62%.

Os cinco primeiros lugares, de acordo com o estudo Iceberg Digital, desenvolvido pela empresa global de cibersegurança Kaspersky, foram ocupados pelo Peru (79%), Colombia (73%), Chile (70%) e a Argentina e México, ambos com 66%.

A pesquisa também mostrou que 16% dos entrevistados desconhecem completamente o termo "fake news", um aspecto em que os peruanos também se destacam, com 47% dos entrevistados alegando que não sabem o que a palavra significa. Por outro lado, os brasileiros são os mais familiarizados com o termo, visto que apenas 2% deles desconhecem a expressão.

O estudo faz parte da campanha de conscientização 'Iceberg Digital' e que tem como objetivo analisar a atual situação da segurança dos internautas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, bem como desvendar os riscos que empresas e usuários finais enfrentam quando se conectam à rede de forma despreocupada.

"Assim como os icebergs, nem tudo o que vemos na internet é o que parece ser. Nas profundezas do mar, é possível esconder uma enorme massa de gelo capaz de afundar um navio de uma só vez, se acreditarmos apenas no que se vê na superfície. Podemos usar este exemplo para explicar as fake news, e-mails com links maliciosos, ofertas fraudulentas via SMS e até mesmo imagens que compartilhamos com colegas de trabalho. Ações aparentemente inofensivas, podem gerar enormes danos pessoais e profissionais", explica Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 2% dos latino-americanos consideram as notícias falsas inofensivas, enquanto a grande maioria as classifica como perigosas e eventualmente danosas: 72% dos entrevistados acreditam que as fake news viralizam para que alguém receba algo em troca ou para causar dano

Além disso, quase metade dos brasileiros (42%) ocasionalmente questiona o que lê na web. Os usuários peruanos mais uma vez lideram o ranking regional com 58%, eles são seguidos pelos colombianos (47%), chilenos, argentinos e mexicanos. O Brasil novamente é o último na lista.

Em relação aos que confiam nos conteúdos online, as mulheres (49%) da região superam os homens (42%) neste quesito. Na comparação regional, as peruanas aparecem na liderança novamente (63%), seguidas pelas colombianas e mexicanas (47%), argentinas e brasileiras (45%). As mulheres mais desconfiadas são as chilenas (42%)

O estudo mostrou também que, em média, um terço dos latino-americanos usa apenas as redes sociais para se informar diariamente e apenas 17% se informam em sites da mídia tradicional. Destes, os que utilizam as redes mais vezes com esse propósito são os mexicanos (35%), seguidos pelos brasileiros (33%) e chilenos (32%). Mais atrás estão os peruanos (31%), argentinos (28%) e colombianos (26%).

Em relação à idade dos entrevistados, a pesquisa mostrou que são os jovens entre 18 e 24 anos (38%) que usam as redes para saber o que está acontecendo em seu país ou região. Os que menos se informam por meio dessas plataformas são internautas entre 35 e 50 anos. O mais alarmante é que quem mais compartilha fake news em seus perfis e comentam as notícias alarmantes sem verificar sua veracidade são os usuários entre 25 e 34 anos - interessante ver que os que menos praticam essas ações perigosas são os jovens (18 e 24 anos).