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Satélites desativados podem colidir e atingir atmosfera da Terra amanhã

Um deles é o telescópio espacial IRAS, lançado em 1983 com massa de 1.083 kg, ocupando um espaço de cerca de 10,2 m³ - Divulgação/NASA
Um deles é o telescópio espacial IRAS, lançado em 1983 com massa de 1.083 kg, ocupando um espaço de cerca de 10,2 m³ Imagem: Divulgação/NASA

De Tilt, em São Paulo

28/01/2020 19h35

Dois satélites desativados que orbitam a Terra passarão muito perto um do outro, de 15 a 30 metros de distância, e podem colidir amanhã. A possível batida está prevista para acontecer por volta das 20h30 (horário de Brasília), a uma altitude de cerca de 900 quilômetros.

A chance de colisão, segundo informou o serviço de monitoramento de detritos espaciais LeoLabs, é de 1%. Como os satélites não funcionam mais e, portanto, todos os seus comandos de controle estão desativados, não há nada que os cientistas possam fazer para impedir o choque.

Um deles é o telescópio espacial IRAS, lançado em 1983 com massa de 1.083 quilos, ocupando um espaço de aproximadamente 10,2 metros cúbicos. O outro, muito menor, é o satélite GGSE-4: lançado em 1967, pesava apenas 4,5 quilos.

"Colisões desse tipo já aconteceram no passado, claro. Mas o que é realmente interessante sobre essa é a proximidade estimada, de 15 a 30 metros", explicou a arqueóloga espacial Alice Gorman ao site ScienceAlert. "É um encontro muito, muito próximo. Eu diria que é uma das colisões possíveis mais perigosas que vemos em muito tempo", completou.

Se os dois satélites se chocarem, segundo Gorman, o menor será destruído, o que produzirá uma "nuvem" de detritos espaciais. O perigo para os terráqueos é nulo, já que a atmosfera do planeta daria conta de desintegrá-los antes que chegassem ao solo, mas os destroços que permanecerem no espaço poderiam colidir com outros satélites no futuro.

Ainda que a chance de colisão seja pequena, o caso reacendeu o debate sobre o que fazer com o lixo espacial que orbita a Terra. "Se não descobrirmos como nos livrar de alguns desses detritos, esse tipo de choque tornará mais difícil o lançamento de novos satélites e realização de viagens para o espaço", alerta a especialista.