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Facebook apaga secretamente mensagens de Zuckerberg no Messenger

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg - EFE/Alejandro Bolívar
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg Imagem: EFE/Alejandro Bolívar

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

06/04/2018 09h17

O Facebook admitiu ao portal "TechCrunch" que a empresa tem secretamente excluído as mensagens enviadas via Facebook Messenger pelo executivo-chefe, Mark Zuckerberg. O motivo? Segurança, um tema caro ao Facebook desde que o escândalo com a Cambridge Analytica estourou há quase um mês e fragilizou a reputação da plataforma.

"Depois que os emails da Sony Pictures foram invadidos em 2014, fizemos várias alterações para proteger as comunicações de nossos executivos", disse um porta-voz da empresa ao "TechCrunch". "Isso incluiu limitar o período de retenção para as mensagens de Mark no Messenger. Fizemos isso em total conformidade com nossas obrigações legais de preservar as mensagens."

Mensagens antigas do Facebook enviadas por Zuckerberg simplesmente desapareceram em alguns tópicos, mesmo nas caixas de entradas de quem as recebeu. E elas não aparecem nem mesmo na ferramenta de download de informações da rede social.

O curioso é que usuários comuns não podem excluir suas próprias mensagens da caixa de entrada do Messenger de outras pessoas, e um processo especial foi aplicado aos executivos do Facebook.

Mensagens recentes de Zuckerberg supostamente permanecem nas caixas de entrada de alguns usuários, e a empresa não parece ter limpado todas as mensagens antigas do executivo antes de 2014.

Entenda o caso

Em 2013, a consultoria britânica Cambridge Analytica supostamente usava indevidamente dados pessoais coletados do Facebook para criar perfis psicológicos e gerar anúncios personalizados em campanhas políticas como a de Donald Trump nos EUA e o plebiscito que tirou o Reino Unido da União Europeia. O escândalo ganhou mais força após reportagens recentes dos veículos "The New York Times", "The Guardian" e "Channel 4".

O fato provocou o movimento #DeleteFacebook, conclamando usuários a parar de usar a plataforma. As empresas do magnata Elon Musk, Tesla e SpaceX, saíram de lá, assim como a fundação Mozilla. O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, vai testemunhar no Congresso dos EUA sobre isso no próximo dia 11 de abril, mas por ora, disse não ao Parlamento britânico.