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Netflix transmite do espaço, porque quem não quer ver série por lá?

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Imagem: Reprodução

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/03/2018 11h52

Se alguém chegar e falar "vamos ver uma série no espaço?", é bem provável que você imagine se tratar de um convite para assistir a algum episódio de "Star Trek: Discovery" ou algo do tipo.

Depois do que alguns funcionários da Netflix fizeram na última semana, a frase pode ganhar um novo sentido. Isso porque eles provaram que você pode assistir a conteúdos da plataforma em qualquer lugar --até mesmo se estiver bem longe da superfície terrestre.

Durante o Netflix Hack Day, evento que a empresa promove para que seus funcionários troquem ideias com pessoas de outras áreas, dois caras revolveram que, depois de estar presente em 190 países, era hora de "lançar" a Netflix no espaço.

Para isso, o engenheiro de software, Tony Edwards, e o gerente de interface de usuário, Micah Ransdell, contaram com a ajuda de um grupo de estudantes da Universidade de Stanford especializado em estudos espaciais e experimentação com balões meteorológicos e foguetes, entre outros artefatos.

A ideia era colocar um iPhone com um episódio de "Star Trek: Discovery" baixado e em reprodução dentro de uma caixa de isopor e mandar o conjunto para o alto com um balão meteorológico.

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Parece simples, certo? Mais ou menos.

A ideia é que o aparato chegasse a 35 km de altitude, ou seja, na segunda camada da atmosfera (contando a partir do solo): a estratosfera.

O problema é que, nela, a temperatura gira em torno de -60ºC, o que fica bem fora da faixa de funcionamento ideal de uma bateria de íon de lítio --estima-se que a -20ºC, elas percam metade de sua eficiência e, a -40ºC, elas rendam apenas 15% do seu potencial.

A solução para evitar que o experimento fosse estragado por um telefone desligado foi colocar aquecedores na caixa de acrílico que transportaria o aparelho.

Feito isso, o recipiente ganhou uma câmera GoPro, para filmar a tela do celular, e foi preso a um balão meteorológico rumo aos céus.

O vídeo da peripécia foi publicado no YouTube. É interessante notar que, a essa altitude, já é possível observar a curvatura da Terra e, também, que o som já não se propaga devido ao ar rarefeito.

Após o voo, o balão retornou ao solo e, ao que parece, todos os seus tripulantes passam bem.