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J7 Neo é o melhor celular novo com jeito de velho que você encontra hoje

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

22/11/2017 04h00

Celulares lançados desde o ano passado trazem recursos como tela grande em corpo compacto - ou "tela infinita", nome de marketing criado pela Samsung para o Galaxy S8 -, sensor biométrico de reconhecimento de impressões digitais, armazenamento a partir de 32 GB, bateria cavalar e câmeras duplas. O Galaxy J7 Neo não tem nada disso, o que seria uma notícia ruim, mas é preciso pôr em perspectiva.

Como se trata de um celular de entrada, com especificações modestas e preço bem mais baixo que a média atual do mercado, não dá para exigir que ele esteja sintonizado com as últimas tendências. Mas podemos esperar o mínimo: que ele funcione bem e cumpra as (baixas) expectativas de quem comprá-lo. Esse é o grande trunfo do J7 Neo: corta as firulas para deixar a experiência básica redonda e às vezes até supera as baixas expectativas.

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Galaxy J7 Neo - Bruna Souza Cruz/UOL - Bruna Souza Cruz/UOL
Imagem: Bruna Souza Cruz/UOL

Com um processador modesto - Exynos 7870, octa-core 1,6 GHz - e com memória RAM dentro dos conformes - 2 GB - até que o desempenho dele vai muito bem. Claro, tem sim suas falhas, infelizmente. Teve alguns travamentos no Instagram; vídeos do Facebook Stories não rodaram direito e ficaram em tela preta. Apps pesados e games demoram alguns segundos a mais para abrir do que em um top de linha.

Tela bonita e câmera eficiente

Mas de resto, navegar dentro do Android 7.0 (com a skin da Samsung) foi suave e ele rodou games pesados com boa fluidez. Some-se isso ao fato dele trazer tela Super AMOLED, um recurso típico de celulares Samsung que deixam as cores bem vivas - para algumas pessoas, até demais, mas o público geral gosta e para games funciona bem, além de mascarar bem a resolução baixa (HD) e ser visível até sob luz forte.

O que mais surpreende positivamente são as câmeras. A traseira, de 13 MP, tem uma abertura boa (f1.9) e uma boa fidelidade de cores. Ainda que o foco dê aquela fraquejada em situações de objeto em movimento ou com pouca luz, algo esperado para esse tipo de aparelho, quem tiver paciência vai conseguir boas imagens. Principalmente no modo manual que regula ISO, exposição e balanço de branco; isso já ajuda a que tirar aquele tom lavado de celular.

21.nov.2017 - Foto tirada com câmera traseira do Galaxy J7 Neo (Samsung) - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Imagem: Márcio Padrão/UOL

21.nov.2017 - Foto tirada com câmera traseira do Galaxy J7 Neo (Samsung) - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Imagem: Márcio Padrão/UOL

21.nov.2017 - Foto tirada com câmera traseira do Galaxy J7 Neo (Samsung) - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Imagem: Márcio Padrão/UOL

21.nov.2017 - Foto tirada com câmera traseira do Galaxy J7 Neo (Samsung) - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Imagem: Márcio Padrão/UOL

Um ponto digno de nota é o bem bolado recurso de zoom inventado para o software da câmera: basta arrastar o botão branco do obturador para cima ou para baixo (ou para a direita/esquerda se estiver na vertical). É algo que estava presente no Galaxy S8, mas uma grata surpresa ter aparecido em um modelo mais barato.

A câmera frontal de 5 MP conta com flash LED e modo embelezador para quem quer tirar suas pintas de rosto na marra. Há ainda um modo "som e foto", que guarda um sonzinho ambiente de oito segundos com a foto. Uma bobagem. E nada de grande angular ou coisas do tipo. Mas veja a foto abaixo e diga: tudo bem com ela? Acho que sim.

21.nov.2017 - Foto tirada com câmera frontal do Galaxy J7 Neo (Samsung) - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Imagem: Márcio Padrão/UOL

A bateria dá para o gasto, sem muitas surpresas. Seus 3.000 mAh de carga dão para o dia inteiro com tranquilidade em uso convencional - ou seja, sem vídeos e games pesados - e deixando cerca de 20% para o dia seguinte.

Ele vem ainda com TV digital, para ser usado com fone de ouvido e adaptador de antena. Testei sem o adaptador e até funcionou, mas com uns engasgos. Mas em tempos de Netflix, você ainda curte ver TV aberta no celular?

Corpão pesado, mas vale a compra

Se tem algo que não é mesmo legal de lidar no J7 Neo é seu tamanho grandão, que vai escorregar da sua mão algumas vezes por dia. Como traz corpo de plástico, ele pode não durar muito sem uma capa protetora, que vai deixar o aparelho ainda maior.

Também vai ser difícil conviver, a essa altura do campeonato, com apenas 16 GB de armazenamento. Nos testes, conseguimos lotar a memória após instalar uns 30 apps funcionais e três games pesados. Quem quiser sair do padrão "celular-só-pra-WhatsApp" e for um appmaníaco, pode ser uma roubada investir nesse aqui. Pelo menos a obrigatória entrada para cartão de memória está lá.

Apesar de seu preço sugerido ser R$ 999, ele já pode ser encontrado por cerca de R$ 700 a R$ 800 (com desconto à vista) em grandes lojas. No saldo final, este Galaxy J7 Neo é um modelo novo com jeito de velho, mas respeitável no que importa e com preço abaixo dos R$ 800 - o teto de muitos brasileiros para comprar um celular novo em tempos de crise. Afinal, para essas pessoas, de que adianta ter sensor de digitais e a câmera ser ruim?

Mas claro, a concorrência nessa área está grande. O Moto G5 Plus (Motorola) e o Q6 (LG) são na mesma linha e faixa de preço do J7 Neo, além de trazer o dobro de armazenamento (32 GB) e outras pequenas vantagens --sensor de digitais no primeiro, tela "infinita" no segundo. Faça sua melhor escolha para o Natal.

Ficha técnica: Samsung Galaxy J7 Neo

Tela: 5,5 polegadas HD Amoled
Sistema operacional: Android 7.0
Processador: Exynos 7870 (1,6 GHz)
Memória: 16 GB e 2 GB de RAM
Câmeras: 13 MP (principal) e 5 MP (frontal)
Bateria: 3.000 mAh
Dimensões e peso: 152,4 x 78,6 x 7,6 mm; e 170 g
Pontos positivos: câmera boa para esse tipo de celular; tela bonita; bom custo-benefício
Pontos negativos: corpo grande e pesado; apresentou alguns erros de desempenho
Preço: R$ 800