Instagram usa ameaça de estupro para ilustrar recomendação de aplicativo

Algoritmos podem ser traiçoeiros algumas vezes. Não apenas para os usuários das redes sociais, mas também para as próprias empresas donas dos apps. O caso mais recente rolou com o Instagram. Segundo relato pessoal de uma repórter do jornal britânico "The Guardian", o Instagram teria recomendado aos amigos dela um post seu com uma forte mensagem ofensiva.
O post no perfil do Instagram de Olivia ocorreu em 29 de setembro de 2016 e era na verdade uma denúncia: mostrava a captura de tela de um e-mail recebido por ela, com uma ameaça de estupro e morte, dizendo "Eu vou te estuprar antes de te matar, sua vagabunda suja!", vindo de um internauta anônimo.
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O algoritmo do Instagram apontou essa postagem como "engajante", isto é, que resultou em algumas respostas de usuários --umas cinco curtidas e 20 comentários até a publicação desta notícia. E por conta disso, pegou a imagem do post para recomendar o uso do Instagram a amigos de Olivia.
"Veja a foto de Olivia Solon e postagens de amigos no Facebook". Quem avisou a Olivia foi a irmã dela, que viu o anúncio direcionado no Facebook. "É algum tipo de falha de algoritmo", disse ela.
Um porta-voz da Instagram pediu desculpas e afirmou que a imagem não foi usada em uma "promoção paga". "Lamentamos que isso aconteceu --não é a experiência que queremos que alguém tenha", diz o comunicado. "Esta publicação de notificação foi abordada como parte de um esforço para incentivar o envolvimento no Instagram. Os posts geralmente são recebidos por uma pequena porcentagem dos amigos do Facebook de uma pessoa".
O porta-voz disse que esses tipos de postagens foram projetados para motivar as pessoas que não estão no Instagram ou que não estavam no site recentemente para visitar a plataforma mostrando o conteúdo de seus amigos.
Neste mês, o Facebook desativou uma importante ferramenta de autoatendimento para anunciantes, pois várias organizações de notícias mostraram que poderiam comprar anúncios com base em termos ou categorias racistas e antissemitas. A medida é o mais recente sinal de um escrutínio crescente das maiores empresas de internet dos EUA e de como seus serviços de software e unidades publicitárias influenciam a sociedade.
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