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Instagram usa ameaça de estupro para ilustrar recomendação de aplicativo

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Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

22/09/2017 12h02

Algoritmos podem ser traiçoeiros algumas vezes. Não apenas para os usuários das redes sociais, mas também para as próprias empresas donas dos apps. O caso mais recente rolou com o Instagram. Segundo relato pessoal de uma repórter do jornal britânico "The Guardian", o Instagram teria recomendado aos amigos dela um post seu com uma forte mensagem ofensiva.

O post no perfil do Instagram de Olivia ocorreu em 29 de setembro de 2016 e era na verdade uma denúncia: mostrava a captura de tela de um e-mail recebido por ela, com uma ameaça de estupro e morte, dizendo "Eu vou te estuprar antes de te matar, sua vagabunda suja!", vindo de um internauta anônimo.

O algoritmo do Instagram apontou essa postagem como "engajante", isto é, que resultou em algumas respostas de usuários --umas cinco curtidas e 20 comentários até a publicação desta notícia. E por conta disso, pegou a imagem do post para recomendar o uso do Instagram a amigos de Olivia.

"Veja a foto de Olivia Solon e postagens de amigos no Facebook". Quem avisou a Olivia foi a irmã dela, que viu o anúncio direcionado no Facebook. "É algum tipo de falha de algoritmo", disse ela.

Um porta-voz da Instagram pediu desculpas e afirmou que a imagem não foi usada em uma "promoção paga". "Lamentamos que isso aconteceu --não é a experiência que queremos que alguém tenha", diz o comunicado. "Esta publicação de notificação foi abordada como parte de um esforço para incentivar o envolvimento no Instagram. Os posts geralmente são recebidos por uma pequena porcentagem dos amigos do Facebook de uma pessoa".

O porta-voz disse que esses tipos de postagens foram projetados para motivar as pessoas que não estão no Instagram ou que não estavam no site recentemente para visitar a plataforma mostrando o conteúdo de seus amigos. 

Neste mês, o Facebook desativou uma importante ferramenta de autoatendimento para anunciantes, pois várias organizações de notícias mostraram que poderiam comprar anúncios com base em termos ou categorias racistas e antissemitas. A medida é o mais recente sinal de um escrutínio crescente das maiores empresas de internet dos EUA e de como seus serviços de software e unidades publicitárias influenciam a sociedade.

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