Zenfone 3 mantém a fama da Asus de bom e barato?
O Zenfone 3 da Asus chegou ao Brasil nesta semana e tem pela frente o desafio de manter a fama, obtida no ano passado com o Zenfone 2, de ser um dos melhores celulares custo-benefício do mercado em um ano em que seu maior concorrente, o Moto G da Lenovo, ficou mais caro. Será que conseguiu?
O preço é bem competitivo, começando a ser vendido por a partir de R$ 1.499, mesmo valor do Moto G4 Plus. Este modelo tem tela Full HD de 5,5 polegadas, 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento. Está vindo ao país também uma versão com 3 GB de RAM /32 GB e tela de 5,2 polegadas.
O conjunto do smartphone continua muito bom: a tela é grande e nítida, a bateria está mais durável em relação ao Zenfone 2, seu desempenho ainda é acima da média da categoria (apesar de alguns engasgos) e até a câmera está mais completa.
No entanto, ele não está livre de falhas: seu Android adaptado ZenUI ainda é um tanto poluído e a construção do produto poderia ser mais funcional.
O teste
Nas primeiras impressões, dissemos que o sensor era de difícil acesso por causa do tamanho do celular. Mas isso mudou com o passar do uso e essa dificuldade acabou após se acostumar com ele.
Na frente, o vidro resistente de qualidade Gorilla Glass 2.5 também domina toda a tela, deixando os três botões capacitivos Home, Multijanela e Voltar sem aquela faixa preta que deixava o visual feinho. Os botões de Liga e volume finalmente foram para as laterais, em vez de ficarem atrás e em cima do aparelho. Pode ser meio clichê, mas funciona.
O que não funciona muito bem é a pegada do aparelho, pois o tamanho grande, o vidro em quase todo o corpo e as laterais curvas de alumínio deixaram-no bem escorregadio.
A tela tem uma iluminação que lembra a dos aparelhos da linha Moto da Lenovo; nem tão brilhante quanto a dos da Samsung, nem tão escura quanto a de celulares de entrada como um todo. O Zenfone também permite configurar o nível das cores, que podem ficar mais vivas, balanceadas, amareladas etc.
É uma boa tela, não a melhor da atualidade, mas bem satisfatória. Em alguns momentos o touch não funcionou em pontos mais próximos da borda, usando uma mão apenas.
Poderíamos pôr a culpa na tela grande, que faz o contato do dedo ficar menos “compreensível” pelo sistema, mas testamos outros celulares grandes neste ano e não sentimos isso.
A câmera
A câmera (16 MP atrás, 8 MP frontal) também evoluiu. Ela tira fotos rapidamente mesmo em situações de pouca luz, algo incomum entre os intermediários. Também é cheia de recursos: estabilizador ótico com quatro eixos (para fotos) e três (para vídeos) que acaba com tremidos; auto-foco laser que se ajusta em até 0,03 segundos; ajuste de contraste HDR; criação de GIFs, entre outros.
É um pouco complicado de início entender como configurar cada detalhe, por isso se você adora fotografia é bom passar um tempo mexendo e entendendo.
Tem tanto recursos para entendidos, como câmera manual com exposição de até 32 segundos (para fotos noturnas com trilhas de luz), até embelezamento para selfies, com suavização de pele e maquiagem. Para todos os gostos.
A qualidade das fotos fica levemente comprometida no automático, com algumas áreas escuras e perdas de cor. A versão manual, como esperado, dá resultados melhores para recuperar essas cores (ver abaixo).
Ótimo desempenho
Falando nisso, o Android 6.0 na interface ZenUi ainda vem com várias mudanças em relação à versão pura, o que é uma questão de honra para a empresa no Brasil. O diretor de marketing da empresa no país, Marcel Campos, defende abertamente que o Android puro da Google é “capado“, isto é, vem com muito menos recursos que a versão alterada pela empresa.
É possível sim que um Android modificado mantenha o bom nível; Samsung e Sony são exemplos disso, apesar de também pesarem a mão em alguns casos. Mas a Asus ainda exagera nesse quesito, com 49 apps pré-instalados. A grande maioria deles até pode ser desativada, mas não desinstalada, e continua ocupando espaço na memória na versão original, sem atualizações.
São bons apps? A maioria oscila entre o inútil e o terrível, como o citado Puffin, que não reconheceu a versão mobile das homes do UOL e UOL Tecnologia, por exemplo. Traz ainda um joystick virtual --que deve servir para webgames-- mas.... você precisa disso?
Por outro lado, alguns são interessantes, como o medidor laser que usa o foco para medir distâncias até 150 cm; e os gerenciadores de bateria e de desempenho. Só podiam dar a opção de serem desinstalados, caso você não goste deles.
No mais, a ZenUi não é tão esquisita se você se acostumar com ela. É meio desajeitada, com fontes meio básicas, mas assim como na câmera, é bastante configurável. Quem já gostava --ou não ligava-- para ela no Zenfone 2 continuará na mesma. Quem é xiita do Android puro e não gostava antes, idem. Resta saber se os tais engasgos vistos no teste ocorreriam em uma versão pura.
Já a bateria, que no Zenfone 2 recebeu muitas críticas, ficou bem melhor. Com 3.000 mAh, dura umas 20 horas (uso intenso) ou até um pouco mais (moderado) fora da tomada. E ganhou um carregador rápido, recurso em alta nos lançamentos de 2016.
O veredito
Assim como a linha Moto G melhorou e ficou mais cara, o Zenfone 3 também. Compensa comprar neste ano por esse preço? Achamos que sim; apesar do preço maior em relação ao ano passado, ele ainda é um ótimo aparelho para o que cobra.
A decisão entre o celular da Asus e seu principal rival da Lenovo vai depender basicamente da escolha pela marca e pelo sistema operacional:
O celular da Motorola tem um processador Snapdragon 617 octa-core e 2 GB de memória RAM com o Android 6.0 "quase puro", o da Asus é Snapdragon 625 também octa-core, 3 GB de memória RAM. A tela de ambos mede 5,5 polegadas. A câmera do Motorola é 13 MP (principal) e 5 MP, enquanto a do Asus é 16 MP e 8 MP - ambas são muito boas.
Direto ao ponto: Zenfone 3 (modelos ZE552KL e ZE520KL)
Tela: Full HD de 5,2 / 5,5 polegadas
Sistema operacional: Android 6.0.1 (Marshmallow) com interface ZenUI
Processador: Snapdragon 625 (octa-core, 2,0 GHz)
Armazenamento: 32 GB / 64 GB com suporte a cartão microSD de até 2 TB
Memória RAM: 3 GB / 4 GB
Câmeras: 8 MP (frontal) e 16 MP (principal)
Dimensões e peso: 146,87 x 73,98 x 7,69 mm e 144 g / 152,59 x 77,38 x 7,69 mm e 155 g
Bateria: 2.650 mAh / 3.000 mAh
Preço sugerido: R$ 1.499 (3 GB/32 GB e tela de 5,2 polegadas) / R$ 1.799 (4 GB/64 GB e tela de 5,5 polegadas)
Pontos positivos: belo design; desempenho acima da média; ótimo custo-benefício; câmeras com muitos recursos
Pontos negativos: escorregadio; câmera automática poderia ser melhor; engasgos ocasionais
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.