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Rumo ao espaço: tripulação faz despedida solitária por causa do coronavírus

Ivan Vagner (esquerda), Anatoly Ivanishin (centro) e Chris Cassidy (direita) vão para uma missão de 6 meses no espaço - Nasa
Ivan Vagner (esquerda), Anatoly Ivanishin (centro) e Chris Cassidy (direita) vão para uma missão de 6 meses no espaço Imagem: Nasa

Do Cazaquistão

08/04/2020 11h22

Sem famílias, ou jornalistas, os três tripulantes que se preparam para ir à Estação Espacial Internacional (ISS) participaram nesta quarta-feira (8) de uma coletiva de imprensa incomum, devido à epidemia de coronavírus.

O americano Chris Cassidy e os russos Anatoli Ivanichin e Ivan Vagner decolam na quinta-feira (9), às 5h05, do Cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão, para uma missão de seis meses a bordo da ISS.

Para limitar o risco de disseminação da COVID-19, suas famílias e jornalistas não foram convidados para participar, em Baikonur, de sua última coletiva de imprensa, realizada por videoconferência.

"Em vez de falar com as câmeras, estaríamos conversando com as pessoas", comentou Cassidy.

O astronauta de 50 anos, que viaja pela terceira vez ao espaço, reconheceu que a tripulação está "afetada" pela ausência de suas famílias.

"Mas entendemos que o mundo inteiro também é afetado pela mesma crise", acrescentou.

As medidas de quarentena não são novidade para as tripulações espaciais, porém, que se submetem a elas antes de cada decolagem em direção à Estação Espacial Internacional.

Em suas últimas coletivas de imprensa, eles também são separados do público por uma janela para evitar contrair doenças. Desta vez, seu isolamento foi "ainda maior", disse o cosmonauta Anatoli Ivanichin.

O lançamento de quinta-feira será o primeiro a bordo de um foguete Soyuz-2.1a, já que a agência russa Roskosmos parou de usar os Soyuz-FGs no ano passado.

Este novo modelo, usado para lançamentos não tripulados desde 2004, possui sistemas de comando digital em vez dos analógicos do modelo anterior.

Segundo Ivanichin, o novo sistema exigirá menos intervenção manual em caso de emergência. "O sistema melhorou, mas é muito cedo para saber se será mais fácil de controlar", comentou.