Quer entrar no mundo dos quadrinhos de super-herói? Saiba por onde começar!
Talvez você não tenha notado, mas super-heróis e filmes baseados em quadrinhos são meio populares hoje em dia.
De ícones como Superman, Batman e Homem-Aranha até figuras menos conhecidas como os Guardiões da Galáxia, filmes de heróis da DC Comics e da Marvel tem dominado as bilheterias de cinemas ao redor do mundo.
Por isso, muita gente pode ficar curiosa (ou ganhar ânimo) para procurar mais histórias destes personagens nos próprios quadrinhos. Mas, naturalmente, este público novato tende a se perguntar: por onde começar?
Desde a estreia do Superman na "Action Comics #1", em 1938, centenas de histórias excelentes - e milhares de histórias horríveis - foram escritas e desenhadas para HQs, então muita gente acaba ficando perdida com tantas opções.
Por isso, UOL Jogos separou algumas histórias, clássicas e modernas, que podem ajudar o público mais casual a se situar dentro do mundo das HQs das duas grandes editoras no mercado.
(Vamos deixar linhas alternativas, como a Dark Horse e a Image Comics, para outro dia).
DC Comics
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"Batman: Ano Um", de Frank Miller e David Mazzuchelli
Parte de uma grande reinvenção dos ícones da DC Comics nos anos 1980, "Batman: Ano Um" é considerada a história de origem definitiva do Homem-Morcego.
Com roteiro de Frank Miller e arte de David Mazzuchelli, a HQ conta a ascensão da lenda do Homem-Morcego entre os criminosos de Gotham, em paralelo com a chegada do sargento James Gordon à força policial da cidade, tudo pontuado com um tom noir e sombrio graças ao excelente trabalho de cores de Richmond Lewis.
A obra é uma leitura essencial para qualquer fã de Batman, especialmente para quem gosta da trilogia de filmes feita por Christopher Nolan. -
"Batman: O Cavaleiro das Trevas", de Frank Miller
Obra irmã e quase um contraponto a "Batman: Ano Um", "O Cavaleiro das Trevas" mostra um Bruce Wayne cinquentão e que aposentou a capa 10 anos antes dos eventos do livro.
Ao ver Gotham tomada pelo crime (e sofrer uma bela crise de identidade/meia-idade), porém, o Cavaleiro das Trevas ressurge para retomar as ruas - e no processo trazer velhas figuras inimigas, além de causar a ira do governo americano.
Além de ser um dos quadrinhos mais influentes dos anos 1980 por seu tom mais sombrio e maduro, "O Cavaleiro das Trevas" é recheado de momentos icônicos, do confronto final entre Batman e Coringa até a luta entre o Homem-Morcego e Superman, que após anos de espera finalmente foi retratada no cinema em "Batman vs. Superman: A Origem da Justiça".
... Só não leia nenhuma das sequências. -
"Reino do Amanhã", de Mark Waid e Alex Ross
Uma das obras mais premiadas do mundo dos quadrinhos, "Reino do Amanhã" faz parte da linha Elseworlds - em que a realidade da história não é a mesma da cronologia principal -, mas poderia muito bem ser uma espécie de "grand finale" da DC Comics como um todo.
A HQ mostra um Superman desiludido e isolado após a morte de Lois Lane pelo Coringa, mas que retorna à sociedade para tentar impedir uma nova era de heróis de destruir o planeta, precisando lutar contra inimigos clássicos e antigos aliados em posições de poder para isso.
Além de trazer uma excelente narrativa e arte maravilhosa da dupla Waid e Ross, "Reino do Amanhã" também serviu como forte crítica aos anti-heróis violentos que marcaram os anos 90 nos quadrinhos - em grande parte, curiosamente, por causa de "Batman: O Cavaleiro das Trevas" e "Watchmen". -
"Watchmen", de Alan Moore e David Gibbons
A primeira (e, até hoje, melhor) grande obra a desconstruir os elementos narrativos clássicos de HQs de super-heróis, "Watchmen" é uma leitura essencial até para quem não é muito chegado a quadrinhos, ao retratar como a cultura, política, economia e guerra seriam mudadas com a existência de vigilantes e seres com superpoderes.
Embora muito do conflito central da narrativa tenha suas raízes na Guerra Fria, a história tem uma certa atemporalidade graças a personagens memoráveis e questões filosóficas e políticas relevantes até hoje. -
"Grandes Astros: Superman", de Grant Morrison e Frank Quitely
Uma carta de amor à Era de Prata dos Quadrinhos (que durou dos anos 1950 até o início dos anos 1970), "Grandes Astros: Superman" é uma minissérie em 12 capítulos que mostra um Homem de Aço mais poderoso do que nunca... graças a uma overdose de radiação solar que vai, eventualmente, matá-lo.
Com seus dias contados, o herói tenta ajudar a humanidade o máximo possível, enquanto reflete sobre suas amizades, amores e relacionamentos familiares - tudo com uma dose de poderes e tecnologia bizarras e leveza típicas de histórias clássicas do Último Filho de Krypton.
Para quem quer entender porque o Superman é um personagem tão importante e duradouro na cultura pop, não há apresentação melhor (até agora, pelo menos). -
"Mulher-Maravilha: Sangue", de Brian Azzarello e Cliff Chiang
Como parte da linha "Os Novos 52", que reinventou o Universo DC em 2011 (de novo...), Brian Azzarello e Cliff Chiang reconstruíram o mito da Mulher-Maravilha, dando mais destaque à mitologia grega e o papel da princesa Diana dentro deste mundo.
"Mulher-Maravilha: Sangue" é o primeiro volume desta saga, que lembra um pouco a série de jogos "God of War", mas com um toque mais feminino (e uma narrativa bem melhor, honestamente).
A série foi tão elogiada que a Warner está pegando vários de seus elementos e trazendo-os para o filme da heroína, que chega aos cinemas em junho.
Marvel Comics
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"Marvels", de Kurt Busiek e Alex Ross
Minissérie em 4 partes lançada em 1994, "Marvels" é uma espécie de homenagem e retrospectiva do início e evolução do Universo Marvel.
Mostrando desde o surgimento do Tocha Humana (não o do Quarteto Fantástico) e Namor até a morte de Gwen Stacy, "Marvels" coloca estes eventos icônicos sobre a perspectiva do fotógrafo Phil Sheldon, cuja vida pessoal e profissional, além de dramas e desilusões, vão sendo moldadas conforme novos heróis surgem e crescem pelas décadas.
A HQ é uma ótima lição de história para o mundo Marvel, e serve como companheira para outro projeto de Ross: "Reino do Amanhã". -
"Homem-Aranha", de Stan Lee e Steve Ditko
Não dá para se errar muito com os clássicos!
Mesmo tendo sido criadas há 50 anos atrás, as primeiras histórias de Peter Parker como o Homem-Aranha ainda são referência para fãs do herói, apresentando muito do que se considera essencial ao mundo de personagem: seus dramas pessoais, românticos e financeiros, o humor debochado como válvula de escape do dia a dia, J. Jonah Jameson, etc.
E enquanto os desenhos de Steve Ditko não tem o realismo e plasticidade de, digamos, um John Romita, seu design de personagens e fluidez de movimento nos desenhos ainda fazem dele um dos artistas definitivos do Amigão da Vizinhança. -
"Demolidor: Revelado", de Brian Michael Bendis e Alex Maleev
Enquanto Frank Miller é responsável por transformar o Demolidor em um dos heróis urbanos mais emblemáticos dos quadrinhos (não é à toa que a DC chamou ele para fazer o Batman, anos depois), a dupla Brian Michael Bendis e Alex Maleev é responsável por possivelmente sua maior história, em que Matt Murdock deve lidar com o fato de que sua identidade secreta foi revelada por um tabloide, colocando a sua vida e a de seus amigos em risco.
A fase de Frank Miller vale como uma menção honrosa e que certamente merece atenção para quem gosta do personagem, mas sua divisão em vários volumes - sem falar no fato de que ele não assume imediatamente os roteiros na coletânea - podem afugentar os incautos. -
"X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido", de Chris Claremont e John Byrne
Parte da icônica colaboração entre Chris Claremont e John Byrne que transformou os X-Men nos super-heróis mais populares do mundo, "Dias de Um Futuro Esquecido" é referência em futuros apocalípticos no mundo das HQs.
Na história, Kitty Pride envia sua consciência para o passado, com objetivo de evitar uma tentativa de assassinato que levaria a Terra a ser dominada pelos robôs Sentinelas e a raça mutante quase totalmente exterminada.
Em 2014, a HQ foi adaptada para os cinemas, colocando Wolverine no lugar de Kitty Pride - na narrativa original, Logan sofre um fim bem mais forte e memorável. -
"Capitão América: O Soldado Invernal", de Ed Brubaker e Steve Epting
"O Soldado Invernal" é o primeiro arco de uma das melhores fases na história do Capitão América, em que Steve Rogers - trabalhando em conjunto com a S.H.I.E.L.D - deve lidar com um misterioso assassino conhecido apenas como Soldado Invernal, que é nada menos do que Bucky Barnes, seu antigo companheiro de aventuras durante a Segunda Guerra.
Em seus quase 10 anos com o personagem, Brubaker conseguiu transformar as narrativas do Capitão América em histórias cheias de espionagem e suspense, e a Marvel não titubeou ao adaptar estes conceitos para a telona em "O Soldado Invernal" e "Guerra Civil". -
"Gavião Arqueiro: Minha Vida Como Uma Arma", de Matt Fraction e David Aja
É difícil imaginar que o Gavião Arqueiro teria uma das série mais aclamadas pela crítica nos últimos anos, mas Fraction e Aja conseguiram o feito.
Retratando as desventuras de Clint Barton e Kate Bishop ao viver em um apartamento no Bronx cercado por mafiosos russos, a série de HQs se destacou pelo uso criativo da arte sequencial, subvertendo convenções e lugares-comuns de maneira complexa, mas divertida e fácil de ler (a imagem acima é um bom exemplo deste tipo de coisa).
Ah, e tem um cachorro que adora pizza. Como toda obra literária deveria ter.
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