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OPINIÃO

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Novo Switch e Pokémon Unite: como a Nintendo faz sucesso "ignorando" rivais

Nintendo Switch - Divulgação/Nintendo
Nintendo Switch Imagem: Divulgação/Nintendo

Colunista do UOL

17/07/2021 04h00

O mercado de games e esportes eletrônicos conta com diversas rivalidades e disputas intensas por espaço e desenvolvimento financeiro. PC ou console? Playstation ou Xbox? League of Legends ou Dota? CS:GO ou VALORANT? A concorrência se renova e impõe novos desafios a cada dia. Porém, há quem pareça viver em um mundo à parte - e, acredite, isso não é uma constatação negativa, mas sim peculiar. O caso mais curioso ao longo das últimas décadas tem sido o da Nintendo.

É difícil encontrar quem seja fã de jogos eletrônicos e não tenha passado por ao menos um produto da marca. Super Mario, Pokémon, Zelda, Donkey Kong... Porém, como, após tantos anos, a Nintendo se mantém fiel a uma mesma fórmula, sem se importar, de fato, com o que a concorrência faz e como procede? O trabalho passa, fundamentalmente, pela captação de um público que segue consumindo (e "evangelizando") a cultura nintendista.

Na última semana, o anúncio da mais nova versão do Nintendo Switch, com alguns ajustes e aperfeiçoamentos de hardware, da tela ao som, deu mais um exemplo disso. Os fãs estavam lá - eles sempre estão lá. Independentemente do que venha, frustração ou êxtase. Basta observar as redes sociais a cada nova conferência marcada pela empresa. Do NES aos dias de hoje, passando por tantos consoles e títulos, o segredo parece ser justamente não haver um segredo.

Enquanto os concorrentes se digladiam em torno de definições extremamente realistas, motores gráficos potentes e novas franquias exclusivas, a Nintendo segue alimentando com maestria o próprio universo, sem se importar em entrar nessa corrida. A empresa sabe que o ouro que tem em mãos, autoral e exclusivo, é o suficiente para seguir girando o que importa: o imaginário dos fãs e uma nostalgia combinada à renovação.

O lançamento de Pokémon Unite, MOBA que ficará disponível para Switch no próximo dia 21 e para dispositivos móveis em setembro, é uma prova desse equilíbrio. O game tem potencial para desenvolver um cenário competitivo próprio, atrair pro players do mundo inteiro (com bastante força no Brasil, aliás), mas dificilmente irá se propor a concorrer com outros gigantes do gênero. E nem precisa disso para ser grande.

O estimulo da Nintendo a títulos indie e à manutenção da própria identidade ao longo dos anos prova que a proposta da empresa é atender ao seu público seguindo um padrão rigoroso e continuar multiplicando sua cultura. São mais de 779 milhões de unidades de hardware da marca e mais de 5 bilhões de unidades de games vendidas ao longo de mais de 30 anos - seguindo à risca o lema de "criar entretenimento único que coloque sorriso nos rostos de pessoas em todo o mundo".

Muitas pessoas sequer sabem da existência de um cenário competitivo bem estruturado para Pokémon, por exemplo, mas ele funciona à sua maneira. O mesmo vale para Super Smash Bros. A ideia é atender à proposta necessária para quem, de fato, quer estar ali, independentemente do que façam os concorrentes. Pode não ser o estilo de muitos, mas segue como um caso de sucesso global.

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