Regente Gergiev, rejeitado no Ocidente, é nomeado diretor do Bolshoi
Por Mark Trevelyan
LONDRES (Reuters) - O regente russo Valery Gergiev, evitado pelas salas de concerto ocidentais desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, foi nomeado nesta sexta-feira diretor do Teatro Bolshoi de Moscou.
A nomeação coloca o regente de 70 anos no controle das duas casas de ópera e balé mais proeminentes da Rússia, já que ele também dirige o Teatro Mariinsky em São Petersburgo desde 1996.
Depois de se apresentar por décadas nos maiores palcos clássicos do mundo, Gergiev tem sido mal visto no Ocidente desde o início da guerra em fevereiro de 2022. No mês seguinte, ele foi demitido do cargo de regente principal da Orquestra Filarmônica de Munique depois que o prefeito da cidade disse que Gergiev havia se recusado a se distanciar "clara e inequivocamente" da invasão.
O Bolshoi é conhecido há muito tempo não apenas por seu magnífico interior dourado e pela qualidade e escala épica de seus balés e óperas, mas também por suas intrigas e rivalidades artísticas.
O anúncio do governo sobre a nomeação de Gergiev informou que seu antecessor, Vladimir Urin, havia pedido para ser dispensado de suas funções, mas não informou o motivo.
Gergiev, também ex-regente principal da Orquestra Sinfônica de Londres, há muito tempo é polêmico fora da Rússia devido ao seu apoio ao presidente Vladimir Putin.
Ele se manifestou a favor da invasão da Crimeia pela Rússia em 2014. Dois anos depois, ele liderou um concerto no antigo teatro romano de Palmyra, na Síria - ao qual Putin se dirigiu por meio de um link de vídeo ao vivo - depois que a área foi recapturada do Estado Islâmico pelas forças sírias apoiadas pela Rússia.
Em uma entrevista para a TV no mês passado, Gergiev foi questionado sobre a perspectiva de assumir uma carga de trabalho maior na Rússia e falou sobre seu senso de dever e responsabilidade.
"Trabalhar em seu próprio país - eu já disse isso antes - consideramos isso essencial e necessário", afirmou ele.
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