Dinho relembra início do Capital no Doce Maravilha: 'A subversão continua'

Numa celebração aos 25 anos do álbum acústico do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto diz estar com a sensação de continuidade e talvez até de subversão ao perceber que sua música ainda é ouvida e cantada por pessoas que nem sequer haviam nascido naquela época.

E antes de encerrar a segunda noite do festival Doce Maravilha, no Rio de Janeiro, neste domingo (26), o líder da banda brasiliense de pouco mais de quatro décadas reflete sobre a espontaneidade que existia nos grupos surgidos na sua geração, em contraste com a abordagem mais estratégica da atual, e ainda destaca a presença de elementos políticos em suas músicas ao longo dos anos.

Acho importante você verbalizar, não ficar em cima do muro. Eu não sou ativista. Sou principalmente um músico, porém a política está sempre presente em todos os nossos álbuns. Eu gosto que o Capital não seja monotemático e fez um pouco de tudo, e você vê essa variedade dentro do repertório. Eu acho que a subversão continua presente não só nesse sentido. Dinho Ouro Preto

Dinho revisita o passado e relembra ainda como sua banda e outras da mesma geração, como os Paralamas do Sucesso, começaram sem a intenção inicial de transformar suas atividades em carreiras longas e bem-sucedidas. Ele menciona a atmosfera de militância e esperança durante a redemocratização do Brasil e como isso influenciou a música da época.

Compara ainda essa abordagem inicial com a forma como a nova geração de músicos muitas vezes já entra no mercado com um planejamento mais calculado, em parte facilitado pelas redes sociais e plataformas como Spotify e YouTube. E no quanto isso pode ser prejudicial.

"Acho que o foco deveria ser em composição. No entanto, há muita gente boa", pondera.

Dinho também reconhece a qualidade das novas bandas e menciona artistas específicos, como Gustavo Bertoni e Scalene.

Capital Inicial participa do segundo dia do Doce Maravilha, no Rio
Capital Inicial participa do segundo dia do Doce Maravilha, no Rio Imagem: Caiano Midam

Ele fala ainda sobre a busca de novas parcerias e sonoridades, mencionando colaborações com artistas de diferentes estilos e gerações, como Seu Jorge, Lenine e Pitty.

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A banda encerrou a noite do festival com um show em que dividiu o palco com Zélia Duncan e Kiko Zambianchi.

Veja a entrevista completa no vídeo abaixo:

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