Luciana Gimenez relata assédio de fotógrafo em ensaio: 'Estava se tocando'
Luciana Gimenez, 54, relatou episódio de assédio sexual sofrido na época em que era modelo e um fotógrafo se masturbou enquanto ela era posava para fotos.
O que aconteceu
Gimenez abordou o assunto durante entrevista com Carolina Ferraz, 56, em seu podcast Bagaceira Chique. Na ocasião, ela falou que "há alguns anos existia uma libertinagem em questão a esse abuso da mulher", sem delimitação clara sobre "o que podia e o que não podia".
Ferraz ponderou que "não existia consciência" do que era permitido, mas que é preciso impor limites. "Acho que, às vezes, é preciso ser radical para enfiar na cabeça da galera que isso [assédio e abuso] é errado, não é legal, não pode acontecer, não é mais cabível, nunca foi, mas a gente sempre foi obrigada a engolir isso. Então vamos ser radical até todo mundo entender. Aí o cara um dia vai poder fazer uma brincadeira com você que é só pura e simplesmente uma brincadeira, mas que seja clara a linha. Essa linha do que pode e do que não pode, não pode mais ser turva".
Em seguida, Gimenez relatou sua experiência de assédio sofrido no início da carreira como modelo. "Passei [várias vezes situações de assédio]. Já tive fotógrafo em [sessão] de fotos e você não tá vendo vendo o que cara tá fazendo e quando você vai lá ver o cara está se tocando no meio da foto, e eu com 16, 17 anos. É uma coisa que você fala 'para que isso? Não tem uma mulher para sair com você? Vai fazer isso com uma criança que está trabalhando'. Tem muitas histórias".
Carolina disse que esses relatos são compartilhados por todas as mulheres e citou suas experiências. "Tenho histórias de relações afetivas, de onde você menos espera, da pessoa que está do seu lado".
Luciana Gimenez e Carolina também ressaltaram a importância de educar a sociedade para apoiar as mulheres a denunciarem os abusos sofridos. "Demora para a mulher falar, [ela] acha que é culpa dela, que fez alguma coisa para provocar aquilo", ponderou Luciana. "O que vale agora é ensinar para a galera que tem uma linha e não dá para atravessar. Depois, quando todo mundo já estiver evoluído nesse sentido, acho que a gente pode voltar a brincar. [Mas] agora é hora de levar a sério", completou Ferraz.
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