5 coisas que você precisa saber sobre o roubo de músicas sertanejas

1. Músicas inéditas de compositores sertanejos estão sendo roubadas e publicadas por uma rede de perfis falsos no Spotify, desviando direitos autorais. O UOL encontrou 209 artistas fake que publicaram 444 faixas. Elas tiveram mais de 28 milhões de plays, o que pode render aos golpistas cerca de R$ 332 mil.

2. Os autores suspeitam de ladrões "infiltrados" nos grupos de WhatsApp onde circulam as "guias", as versões de demonstração que eles mandam para tentar vender aos cantores. Essas guias, então, aparecem no Spotify em nome de artistas que não existem, com capas genéricas, algumas criadas por inteligência artificial.

3. O prejuízo milionário vai além da renda do Spotify: as 444 faixas têm potencial de venda de R$ 6,6 milhões. Outros milhões em direitos autorais e de execução podem estar sendo perdidos. Cada composição exclusiva pode ser vendida a cerca de R$ 15 mil, e a obra pode, caso alcance o 1º lugar nacional, render até R$ 1 milhão em direitos autorais.

4. O golpe atinge autores de grandes hits de Gusttavo Lima, Michel Teló e Maiara & Maraisa. Os principais compositores de Goiânia relatam revolta e impotência diante do roubo em massa. Eles contam ao UOL que tentam derrubar os perfis, com pouco sucesso, enquanto ficam inseguros de mostrar suas novas músicas.

5. Autores e especialistas dizem que o controle sobre a publicação das músicas é frouxo. Hoje, basta subir a faixa e declarar ter os direitos por ela. A lei brasileira prevê que quem se sentir lesado pode reclamar. Mas as distribuidoras dos perfis fakes são empresas estrangeiras que não respondem às solicitações, e os autores relatam pouca ação do Spotify. Questionada, a plataforma respondeu que "depende de nossos provedores de conteúdo para verificar os direitos autorais por trás do conteúdo que eles nos entregam".

Deixe seu comentário

Só para assinantes