Quem é o repórter da Globo que foi chamado de racista e ganhou processo?

O repórter Walace Lara ganhou, em primeira instância, a ação contra Antônio Isupério Pereira Junior. O jornalista alega ter sido chamado de racista pelo ativista e deve receber R$ 5 mil. Cabe recurso da decisão.

Em 2023, Lara comoveu os telespectadores da Globo ao chorar denunciando a venda de um litro d'água por R$ 93 na região de São Sebastião (SP), devastada por chuvas durante o feriado de Carnaval.

Quem é Walace Lara

Walace trabalha na Globo há 28 anos e desde 1997 atua na Grande São Paulo — seu primeiro ano como repórter na emissora foi em Belo Horizonte.

Rafael Lara, filho de Walace, também é jornalista e trabalhou na CBN, rádio do Grupo Globo. Os dois se encontraram em São Sebastião durante a cobertura da tragédia causada pela chuva, e o momento foi registrado pelo filho no Instagram:

"Um dos flagras registrados quando eu e meu pai nos encontramos na cobertura da triste tragédia de São Sebastião. Nessa vez, eu estava saindo da prefeitura (acho que pela quarta vez) quando esbarrei com ele e trocamos uma ideia. Uma honra ter esse privilégio de tê-lo perto para batermos um papo como colegas de profissão."

Essa não foi a primeira vez que Walace chamou a atenção do público numa transmissão da Globo. Em 2017, ele foi surpreendido pela apresentadora Gloria Vanique, que o chamou para o ao vivo enquanto ele ainda estava se arrumando no Globocop.

O jornalista, que estava ajeitando o paletó e o microfone, ficou constrangido, mas reagiu bem: "Flagrante, hein, Gloria? Boa tarde, boa tarde a todos. Prazer participar do SP1, Glorinha".

Em 2021, ele sofreu duas tentativas de furto antes de entrar ao vivo no SP2. Ele estava na Praça da República, em São Paulo, quando gangues de bicicleta tentaram pegar seu celular. Walace aproveitou para alertar o público: "As pessoas reclamam muito disso nessa região. Portanto, muito cuidado, viu pessoal?"

O processo

Segundo informações de Rogério Gentile, colunista do UOL, o arquiteto Pereira Júnior, ativista do movimento negro e LGBT+, atacou o repórter nas redes sociais após viralizar uma cena na qual Walace Lara se emocionava. Para Pereira, Lara havia feito referência a uma determinada comerciante negra, o ativista o acusou de espalhar fake news e o chamou de "racista".

Continua após a publicidade

"Vergonha mundial. Ninguém checou os fatos", escreveu o ativista, que citou "a branquitude das pautas". Lara, que atua na Globo desde 1996, processou o ativista dizendo ter sido ofendido.

Deixe seu comentário

Só para assinantes