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Lista de Epstein: quais famosos estão nos arquivos e o que isso significa?

A divulgação de documentos do caso Jeffrey Epstein (1953-2019) nos últimos dias causou uma onda de acusações contra artistas de Hollywood, políticos e outras figuras de destaque.

Alguns nomes conhecidos, de fato, são citados em documentos do caso. Isso, no entanto, não significa que as pessoas em questão tenham sido "clientes" do criminoso sexual ou que tenham cometido algum crime. Saiba quem é citado nos arquivos e o que isso quer dizer:

Quem foi citado nos documentos de Epstein

O príncipe Andrew, que já respondeu a um processo de abuso sexual relacionado ao caso Epstein, é citado algumas vezes nos documentos. Nos documentos, há alegações de que Epstein forçou uma menor de idade a ter relações sexuais com o príncipe Andrew na casa da socialite Ghislaine Maxwell em Londres e na ilha privada do magnata "em uma orgia com várias meninas menores". Em outro depoimento, Johanna Sjoberg, uma das supostas vítimas de Epstein, diz que Andrew apalpou seu seio. Outros documentos apontam que a suposta vítima Sarah Ransome alegou que há vídeos íntimos de Andrew, Bill Clinton e do empresário britânico Richard Branson tendo relações sexuais com uma de suas amigas. Anos mais tarde, uma matéria do jornal New Yorker afirmou que Ransome admitiu ter "inventado as gravações para chamar atenção ao comportamento de Epstein." Andrew sempre negou todas as acusações e chegou a um acordo com a mulher que o acusava, Virginia Giuffre. O caso foi encerrado.

Leonardo DiCaprio, Cameron Diaz, Cate Blanchett, Bruce Willis, Kevin Spacey, George Lucas e Naomi Campbell também são citados brevemente e não são acusados de nenhum crime. Alguns dos artistas foram citados por Sjoberg, que diz ter ouvido Epstein "se gabar" de ter contato com alguns dos atores. Não há nenhuma indicação, porém, que eles tenham qualquer envolvimento nos crimes de Epstein. Campbell aparece em algumas fotos com Epstein e, em 2019, admitiu que "socializou ocasionalmente" com o bilionário, mas que não era próxima dele e que suas ações eram "indefensáveis".

Uma das supostas vítimas diz ter conhecido Michael Jackson e o mágico David Copperfield por meio de Epstein, mas não faz nenhuma acusação contra eles. Questionada sobre já ter conhecido alguém famoso por meio de Epstein, Sjoberg disse ter conhecido Michael Jackson, mas negou ter feito massagens nele. Já Copperfield teria feito truques de mágica em um jantar. Ele também teria perguntado a Sjoberg se ela sabia que jovens estavam sendo pagas para trazer outras jovens para Epstein, mas sem mencionar o fato de muitas dessas jovens serem menores de idade.

O cientista Stephen Hawking também é citado, mas não é acusado de nenhum crime. Hawking é mencionado em um e-mail em que Epstein pede a Ghislaine Maxwell para oferecer uma recompensa a qualquer pessoa próxima de Virginia Giuffre que possa negar a alegação de que o cientista teria participado de uma orgia com menores de idade na ilha do bilionário. Não há nenhuma acusação contra Hawking, que morreu em 2018.

Políticos, como Bill Clinton e Donald Trump, são citados em documentos, mas também não são acusados formalmente de crime algum. Sjoberg alegou que ouviu Epstein dizer que "Clinton gosta de meninas jovens". Giuffre afirmou que Clinton ameaçou a revista Vanity Fair para que eles não publicassem artigos negativos sobre seu "bom amigo Epstein". Clinton nega as acusações e diz que não tinha conhecimento dos crimes de Epstein. Trump é mencionado brevemente: Sjoberg e Epstein teriam ido a um dos cassinos do ex-presidente — a jovem disse que não fez massagem em Trump.

O olheiro de modelos francês Jean Luc-Brunel é alvo de várias acusações. Giuffre diz que era mandada por Maxwell para vários lugares para transar com Brunel. Além disso, documentos apontam que o olheiro oferecia trabalhos de modelo para jovens pobres, mas depois as oferecia para seus amigos, "especialmente Epstein". Em outros testemunhos, uma jovem diz que foi obrigada a assistir Brunel, Maxwell e Epstein abusando de meninas menores de idade. Jean Luc-Brunel foi preso em 2020 e cometeu suicídio em sua cela em 2022.

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O que é o caso Jeffrey Epstein

Jeffrey Epstein foi preso pela primeira vez em 2008 e recebeu uma sentença de 13 meses. Os pais de uma menina de 14 anos denunciaram à polícia que Epstein havia abusado sexualmente da garota em sua mansão. Outras possíveis vítimas foram descobertas e foram encontradas fotos de meninas na casa de Epstein. Ele se livrou da prisão perpétua fechando um polêmico acordo que o levou à prisão e fez com que ele fosse registrado na lista federal de criminosos sexuais. Enquanto preso, podia sair para trabalhar seis dias por semana.

Ele foi preso novamente em julho de 2019 acusado de tráfico sexual. Ele foi acusado de traficar dezenas de meninas, de explorá-las e abusá-las sexualmente. Ele se declarou inocente e sempre negou as acusações.

Muitas dessas jovens foram aliciadas pela socialite Ghislaine Maxwell, ex-noiva e amiga de Epstein. Ela foi presa em 2020 e sentenciada a passar 20 anos na prisão.

Epstein foi encontrado morto em sua cela em agosto daquele ano. O médico legista confirmou que ele cometeu suicídio.

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