'Elas por Elas' vai ter história inédita? O que diz autora sobre mudanças

Os dois primeiros capítulos de Elas por Elas apresentaram as sete amigas protagonistas da trama e, de certa forma, respeitaram o início da versão de 1982, escrita por Cassiano Gabus Mendes. A trama, no entanto, não seguirá fielmente a obra de 40 anos atrás. O remake chega ao ar mais diverso, feminista e com atualizações em algumas tramas.

Em conversa com Splash, Thereza Falcão, que divide a autoria da releitura com Alessandro Marson, revelou que a novela terá uma história completamente inédita a partir do capítulo 100. O desfecho da trama de 1982 será exibido no capítulo 100, que irá ao ar em janeiro de 2024. No total, serão 173 capítulos, ou seja, 73 deles terão histórias completamente inéditas.

Hoje, você precisa de um ritmo muito acelerado nas novelas. Ainda que seja na hora das seis, as pessoas não querem esperar mais até o último capítulo, as pessoas não têm mais paciência para nada. É uma questão que vem do streaming e do seriado. Essa novela, até pelo multiprotagonismo, traz um pouco do sabor do seriado.
Thereza Falcão

O ponto de partida é o mesmo: sete amigas se reencontram após 25 anos. Como mostraram os primeiros capítulos, Lara (Deborah Secco) é quem decide reuni-las após achar uma foto antiga. É nesse reencontro que Taís (Késia) descobriu que sua paixão é, na verdade, o marido da amiga anfitriã. Assim como em 1982, Lara aciona o detetive atrapalhado Mario Fofoca (Lázaro Ramos) para descobrir quem é a amante de seu esposo — spoiler para quem não viu a primeira versão: eles vão se apaixonar.

O reencontro é a chance que Natália (Mariana Santos) tem para descobrir quem matou o irmão. Ele caiu de um penhasco no último encontro do grupo e ela acredita que uma das amigas foi a culpada. Natália só encontrou a resposta na reta final da primeira versão, o que será adiantado na releitura.

No entanto, diferente da versão de 1982, as sete amigas são mulheres mais independentes e que trabalham fora. E Renée, vivida por Maria Clara Spinelli, é a que tem sua história mais alterada. Afinal, hoje a personagem é uma mulher trans.

As protagonistas de hoje estão no mercado de trabalho, estão sobrevivendo de outra forma. A relação das mulheres com a sociedade mudou. Isso abre novas histórias.
Thereza Falcão

Uma trama que precisou ser reajustada foi a da paternidade de Giovanni (Filipe Bragança). Na época, era possível acreditar na troca de bebês de sexos opostos. Hoje em dia, pelo avanço tecnológico, isso é praticamente impossível de acontecer nas maternidades brasileiras.

"Nessa novela, também existe uma troca de bebês, mas é diferente. Aqueles bebês nasceram nos anos 60, esses bebês daqui nasceram nos anos 2000. Então você não consegue mais trocar duas crianças de sexo diferentes... Tem a personagem que foi da Nathália Timberg, [que hoje é] feita maravilhosamente pela Paula Cohen, ela também surge do passado para chantagear o Sérgio [avô de Giovanni interpretado por Marcos Caruso]."

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O triângulo amoroso entre Adriana (Thalita Carauta), Helena (Isabel Teixeira) e Jonas (Mateus Solano) está mais denso na releitura. Isso porque o horário das 6 permite maior dramaticidade de alguns assuntos — o horário das 7 é muito focado em comédia. "A gente adensou esse tipo de conflito mais romântico e mais familiar que havia na primeira novela, mas que não foi levado tão a fundo, porque simplesmente não era uma característica daquela novela em um horário das 7."

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