'Quer tentar?': caí de paraquedas em uma 'hipnose sexual' e me surpreendi
Essa semana fui fazer a cobertura de um evento chamado "Arraiá Caliente", que nada mais era do que uma festa junina com uma pegada sexual. E entre jogos de argolas com consolos, pinto mecânico ao invés de touro mecânico e casamento poligâmico, o que mais me chamou a atenção na programação foi algo que nada tinha a ver com a temática das festas de meio de ano: a hipnose sexual.
E se a hipnose em si já é algo que desperta um pouco de ceticismo em algumas pessoas — inclusive para mim — imagine pensar que você pode "chegar lá" com alguém dizendo que entrou na sua mente, dando comandos para você.
Uma fila de pessoas se aglomerou na frente do palco do local e observou a especialista Madame duBa — escrito assim mesmo — hipnotizar duas produtoras de conteúdo erótico que participavam do evento.
O resultado foi surpreendente, no mínimo. As meninas se debatiam na mesa depois dos comandos da hipnotista. Uma delas se tremia tanto, que eu achei que fosse ter um ataque. Poderia ser armação?
As 'cobaias'
Fui perguntar para as meninas o que elas tinham sentido durante o processo. "Ela conduzia a gente a lembrar da melhor transa da nossa vida e o estímulo simplesmente vinha, de acordo com o que ela falava para mim. Quanto mais detalhes eu lembrava do momento, mais meu corpo reagia. Eu perdi a linha ", confessou Bia Hot, a hipnotizada que sentia com mais "intensidade".
"Entrou na minha mente, no meu íntimo", adicionou Lizzy Hart. "Eu não estava acreditando porque demorou a embalar, mas depois começou a me dar uns tremeliques na perna. O meu negócio piscava horrores. Foi ótimo."
Para entender o que estava rolando ali, Madame duBa era minha próxima entrevistada:
"Existem testes neurológicos que mostram que os mesmos estímulos em determinados neurotransmissores são ativados tanto na masturbação quanto no orgasmo hipnótico. No nosso caso, a hipnose acaba potencializando a intensidade do orgasmo", afirmou ela.
Além dessa informação preciosa, duBa também detalhou mais do que as participantes acima descreveram.
Hipnose é foco. Eu trago a lembrança do orgasmo em que a pessoa mais gostou ou o mais forte. E então a pessoa entra naquele momento e depois eu dou a ordem para começar a sentir
Depois dessa explicação, Madame duBa me fez a pergunta que eu queria ouvir desde o começo da entrevista:
'Quer tentar?'
Claro que aceitei. Tudo pelo bem do jornalismo.
No início, a hipnotista diz apenas para trabalharmos nosso foco. Ela pediu que eu 'grudasse' minhas mãos e imaginasse que elas estavam sendo coladas com algo muito forte. Entrei na situação, por mais descrente que eu estivesse — já que, de acordo com ela, o importante não é acreditar, mas estar aberto a entrar no jogo.
Conforme ela ia dando as ordens de foco, eu me concentrava cada vez mais em sua voz e nos comandos. O corpo realmente vai obedecendo com mais facilidade depois de um tempo.
Até que o foco deixou de ser os membros e passou para o olhar. Ela me fez concentrar os olhos em um objeto que ia passando na minha frente. A vista ia ficando cansada, até que fechar os olhos foi inevitável.
Finalmente passamos para a mente. Madame duBa pediu para que me concentrasse em algum orgasmo ou transa que tivesse sido muito boa. Mesmo com todo o barulho do ambiente, a cabeça já estava destravada. Parecia fácil lembrar de detalhes, das sensações, do quarto, dos cheiros. A música alta do evento não existia. Só me lembrava do som da cama rangendo.
Até que foi dada a ordem.
'Pode começar a sentir'
No início não parecia tanta coisa. Era bom por conta da memória que vinha, mas nada diferente. Até que a hipnotista começou a me tocar com os dedos no braço. O arrepio era algo diferente. Um pouco mais intenso do que apenas causado pelas memórias ou por alguém tocando o meu corpo. Era mais sensível.
Do toque, Madame duBa passou para os sons. Ou, como ela disse, as vibrações. Lembrei do que as participantes haviam me dito anteriormente: "As batidas iam aumentando a intensidade". E foi o que aconteceu.
Ela batia palmas e a mente ia entrando no ritmo das batidas e o arrepio aumentava. Já era alguma coisa a mais, porém o melhor estava por vir.
A Madame disse que existiam pontos sensíveis no corpo e que, ao tocá-los, a intensidade aumentava muito. Um deles era o joelho. Uma zona erógena nada convencional, mas, para minha surpresa, assim que ela me tocou nessa região, ele veio.
O orgasmo? Não. O ataque de riso.
Era um riso descontrolado, uma gargalhada incontrolável.
Tem explicação: a lembrança que acessei foi de uma transa tão boa que, tanto eu quanto a parceira, tivemos ataques de riso depois que acabamos. Foi algo que veio naturalmente, de tão boa que era a sensação de estarmos juntos naquele momento, naquele orgasmo.
Era aquela gargalhada, um riso meio que de alívio e de incredulidade depois de algo tão bom.
E a Madame conseguiu trazer à tona tocando no meu joelho! Assim que comecei a rir, ela logo entendeu o que estava acontecendo e me perguntou.
"Esse seu orgasmo tem a ver com risadas"?
Contei a história para ela, que me explicou.
Isso é muito comum. Muitas pessoas têm sensações que não são habituais quando praticamos a hipnose. Algumas pessoas choram quando têm orgasmos intensos e essas sensações, de riso, de choro, costumam vir nessas situações. Madame duBa
No fim, não consegui chegar lá. Ainda bem. Seria meio embaraçoso na frente de todo mundo.
Mas, de acordo com ela, foi apenas um gostinho do que sentimos no processo completo, em ambientes mais privativos e que, segundo ela, é capaz de causar até orgasmos múltiplos.
Eu, que entrei nessa cético, passei a crer em cada palavra dita pela Madame.
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