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Stycer: Linha Direta evita exageros, mas escorrega com uso de trilha sonora

Pedro Bial apresenta a atual fase do Linha Direta na Globo - Fabio Rocha/Globo
Pedro Bial apresenta a atual fase do Linha Direta na Globo Imagem: Fabio Rocha/Globo

Colaboração para Splash

06/07/2023 04h00

O jornalista Maurício Stycer, 62, deu entrevista ao programa Splash Vê TV acerca de seu novo lançamento literário, "O Homem do Sapato Branco". A obra resgata a biografia de Jacinto Figueira Júnior, um dos precursores do sensacionalismo na televisão brasileira.

Stycer enxerga de forma crítica o gosto intrínseco do telespectador médio pelo chamado "mundo cão". "O interesse pelo macabro, pelo suspense, pelo brutal, sempre vai existir. Meu ponto é que programas jornalísticos precisam saber dosar muito bem a exibição disso - e, sobretudo, acho que não devem fazer uma coisa que fazem, que é dar um ar de entretenimento para o jornalismo", defendeu.

Na visão do biógrafo, vários programas na TV brasileira beberam e ainda bebem da fonte aberta por Jacinto. "Acho que jornalistas tinham que ser mais responsáveis e saber exibir esse tipo de conteúdo, que tem forte apelo, de um jeito que não seja degradante, que não ofenda ninguém, não humilhe as pessoas que estão aparecendo na TV. É uma prática que parece natural, mas não é, não deveria ser."

Para Stycer, nem mesmo a nova versão do Linha Direta foge totalmente a essa tendência. "É um programa reformulado, [que] toma todo o cuidado para evitar exageros, mas mesmo ele não escapa disso - como no uso de trilha sonora em reportagens. É uma questão que eu bato muito: para que é necessário entrar trilha sonora para alimentar suspense, alimentar drama, em reportagem jornalística?"

Record erra ao tratar apresentadores como funcionários de banco, diz Padi

A colunista Cristina Padiglione, da Folha de S.Paulo, relembrou em bate-papo com Marcelle Carvalho, no programa Splash Vê TV, a ruidosa e polêmica demissão de Marcos Mion da Record, em janeiro de 2021.

Para Padiglione, o canal da Barra Funda peca por ser pouco tolerante com o ego de seus animadores. "A Record trata os apresentadores como o gerente do banco trata o bancário. Não é a mesma coisa, porque os caras [apresentadores] têm evidentemente um ego maior."

  • O Splash Vê TV é exibido ao vivo às segundas-feiras, a partir das 14h, no canal de Splash no YouTube, com as principais notícias do dia e comentários de Marcelle Carvalho e convidados. Assista à íntegra: