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Casagrande sobre saída da Globo: 'Os dois lados ficaram aliviados'

Colaboração para Splash, do Rio

14/11/2022 04h00

O convidado desta semana no "De Lado Com Fefito" foi o craque Walter Casagrande Jr. O novo colunista do UOL tem se sentido mais livre do que nunca, após o término de uma relação de 25 anos com a TV Globo.

Casagrande trabalhou como comentarista esportivo em transmissões para a emissora de 1997 até este ano, quando as divergências entre o ex-jogador e a emissora culminaram no término de contrato.

Para ele, foi um bom negócio. Até porque há tempos ele já não estava satisfeito com o trabalho.

Eu fiquei muito aliviado quando saí. Acho que os dois lados ficaram.

"Quando cheguei na Globo, o diretor que me contratou disse que não queria que eu mudasse meu perfil, e falasse abertamente. Eu teria liberdade total", lembrou. E assim foi por muito tempo. Há algum tempo, porém, Casagrande notou que as coisas estavam mudando.

Nos últimos anos começaram a diminuir meus limites e a liberdade de comentar certos temas.

Para o comentarista, foi o início do fim da relação com a emissora. "Uma das coisas legais que eu tenho na TV é a espontaneidade. Sem isso, não consigo raciocinar e dizer o que eu quero", explicou.

'Os jogadores de hoje são alienados'

Conhecido por suas posições firmes, Casagrande não gosta muito do comportamento de boa parte da geração atual de jogadores de futebol. "A minha visão do futebol é completamente oposta ao que acontece hoje", explicou para Fefito.

Para o comentarista esportivo, o individualismo dos craques da atualidade é preocupante. "Eu acho que os jogadores de hoje são alienados. Não entendem nada de sociedade. Outros nasceram de família humilde, vão pra Europa, esquecem a origem e começam a ostentar", lamentou.

Depois eles reclamam que as pessoas não torcem muito para a Seleção Brasileira. Mas como um cara que passa fome vai se identificar com alguém que posta foto em iate, mansão e carros importados?

"Eles enriquecem, perdem a ligação com as raízes e esquecem que, antes de ser jogadores, eles são cidadãos", criticou.

'Eu não me escondo em lugar nenhum'

No bate-papo com Fefito, Casagrande contou que essa nova liberdade o fez recuperar um prazer antigo: frequentar um estádio de futebol como torcedor. "Depois de quase 40 anos eu fui pela primeira vez torcer pelo Corinthians, na final do Campeonato Brasileiro feminino", disse.

Na arquibancada, o ex-atacante do Corinthians voltou no tempo. "Tive sensações que não tinha há 40 anos. É muito gostosa essa volta ao estádio como torcedor", afirmou.

Fefito quis saber se Casagrande é muito assediado quando vai a eventos públicos. O comentarista esportivo disse que gosta da companhia das pessoas. "Eu não tenho o menor problema de andar no meio da multidão", contou.

Eu saio na rua, numa boa. Eu não me escondo em lugar nenhum. Se me param para conversar, sem problema. Tiro fotos para caramba, para mim está tudo bem.

'Quando você ama não precisa de rótulos'

Na entrevista no UOL, Casagrande falou também de sua vida pessoal. O ex-jogador contou que foi criado por três mulheres - e isso influenciou seus relacionamentos.

"Cresci ouvindo que devemos respeitar as mulheres, mas eu não sabia como me aproximar", disse. "Demorei muito tempo para ter relações sexuais e me soltar para namorar."

As dificuldades continuaram mesmo quando ele se tornou um jogador famoso. Com o tempo, ele se entendeu, e compreendeu também o tipo de relacionamento que prefere.

"Hoje eu vivo livre. Eu me apaixono com facilidade, mas acho que cada um tem que viver a sua vida, sem interferir na liberdade de ninguém", afirmou. "Você é fã de relacionamentos abertos?", perguntou Fefito. Casão foi adiante:

Quando você ama uma pessoa não precisa de rótulos.

De Lado Com Fefito

O De Lado com Fefito vai ao ar toda quinta-feira, às 14h, na home UOL e no canal de Splash no YouTube. Artistas e personalidades da mídia batem um papo com o colunista de Splash que vai de vida e carreira aos momentos de vergonha alheia que todo mundo passa de vez em quando.